O ING Group está à procura de oportunidades para comprar bancos nalguns países europeus, para aumentar a sua dimensão, disse o seu presidente executivo à Reuters, juntando-se a uma onda de potenciais aquisições que poderão acontecer no espaço europeu.
“Queremos crescer em mercados maiores, incluindo Itália, Espanha e Alemanha”, disse Steven van Rijswijk à agência noticiosa. “M&A (fusões e aquisições) é uma opção em todo o lado, se se adequar aos nossos critérios”, acrescentou.
Os comentários ilustram as ambições reacendidas do banco holandês, que foi resgatado pelo governo no rescaldo da crise financeira de 2008, e que depois se reinventou como pioneiro da banca online de baixo custo.
Van Rijswijk recusou-se a nomear quaisquer alvos, deixando as suas opções em aberto quando lhe perguntaram se estava interessado no banco alemão Commerzbank, que opera especialmente junto das empresas, uma área onde o ING está a procurar expandir-se.
A sua ambição poderá contribuir para mudar o panorama bancário em toda a Europa, uma vez que o Commerzbank procura afastar o italiano UniCredit, que está a aumentar gradualmente a sua participação no banco alemão, detendo já 28% do mesmo.
“Em primeiro lugar, estamos a olhar para organizações que ofereçam determinados produtos, que operem predominantemente em mercados geográficos onde já estamos ativos e que tenham uma forte presença digital”, disse o CEO à Reuters, quando questionado especificamente sobre o Commerzbank.
No ano passado, Van Rijswijk minimizou o interesse no banco alemão, citando a sua grande rede de sucursais.
O ministro das Finanças holandês, Eelco Heinen, sublinhou recentemente a batalha de consolidação entre os bancos na Europa, manifestando a esperança de que os bancos holandeses possam ser envolvidos como compradores, em vez de serem vítimas de rivais estrangeiros, recorda a Reuters.
Van Rijswijk destacou também o ‘private banking’ como uma área de interesse. “O banco está agora a diversificar e a procurar atender a diferentes segmentos, acrescentando linhas de negócio como o private banking em mercados onde o ING já está presente”, afirmou.
O ING gera a maior parte das suas receitas nos Países Baixos e na vizinha Bélgica, seguindo-se a Alemanha e com operações muito mais pequenas em Itália e Espanha.
Os empréstimos e as hipotecas nos Países Baixos e na Bélgica representam cerca de 55% dos 545 mil milhões de euros de empréstimos a retalho, refere a Reuters.