"Nada pode acontecer sem as comunidades. A maior guarda que nós temos, de qualquer tipo da nossa riqueza, é o povo, a população e a comunidade que vive lá, que sabe o que tem de fazer e sempre coexistiram com o ambiente", afirmou Nyusi, na abertura, em Maputo, da conferência de lançamento da Estratégia de Desenvolvimento da Economia Azul (EDEA) e Portfólio de Oportunidades de Investimentos Azuis.

"Nós sabemos onde queremos ir. Com esta estratégia também sabemos como lá chegar. Por isso queremos que ela se torne no ponto de referência para todos aqueles que têm interesse na economia marinha e aquática (...) Queremos ver os recursos marinhos aquáticos a serem não apenas racionalmente explorados, como também sirvam de promotores da nossa agenda de desenvolvimento", acrescentou.

A EDEA 2024--2033 é uma iniciativa do Governo de Moçambique, liderada pelo Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, com o objetivo de promover o uso sustentável dos recursos oceânicos, melhorar os níveis de vida das populações costeiras e proteger o ecossistema marinho.

Nyusi explicou que esta estratégia assenta a abordagem em seis pilares fundamentais, como pesca e aquicultura; energias renováveis; indústria extrativa marinha; capital natural e ambiente; economia circular, turismo e cultura; e transporte marítimo, infraestruturas portuárias e logísticas e segurança marítima.

"A estratégia que hoje lançamos faz parte do nosso esforço de trazer aos moçambicanos uma orientação estratégica, concisa e clara, que não só visa promover a exploração racional e sustentável dos recursos aquáticos, como também é uma forma de materializar os nossos compromissos internacionais", afirmou o chefe de Estado.

Recordou que Moçambique "é um país com recursos marinhos e de águas interiores abundantes", constituído "por uma vasta plataforma continental, com cerca de 2.700 quilómetros de linha de costa projetada sobre o oceano Índico".

"Na parte continental é carregado de grandes massas de água constituídas por Lagos, incluindo o emblemático transfronteiriça Lago do Niassa, o terceiro maior Lago do nosso continente", sublinhou.

Para Nyusi, "existe muito espaço" para incrementar o aproveitamento do potencial nacional, mas alertou: "As atuais práticas da sua exploração apresentam um conjunto de riscos (...) Existem reais ameaças, tais como a pesca ilegal e sobretudo insustentável, fraca capacidade de fiscalização e monitoria, poluição e alterações climáticas".

Paralelamente, nesta conferência, o Governo lançou igualmente o portefólio para investimentos no setor no país, que "permitirá colocar em contacto os potenciais investidores e beneficiários".

"Irá permitir compreender melhor onde e como investir nas ações enquadradas na economia azul em Moçambique. É um documento simples, pequeno. Mas é esse que é o guia. Portanto, este aqui é o mapa", disse ainda.

PVJ // JMC

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