A plataforma para a emissão de cheques-livro para jovens de 18 anos está ainda em testes, sem data de início de funcionamento, disse à Lusa o subdiretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Bruno Eiras.
À margem do encontro internacional Book 2.0, que termina esta sexta-feira em Lisboa, Bruno Eiras explicou que a plataforma eletrónica pela qual serão atribuídos os cheques-livro está em desenvolvimento, "em testes e melhorias" e que "o trabalho continua a decorrer", embora sem data de início de aplicação.
O cheque-livro é uma medida proposta pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), de atribuição de 100 euros aos jovens de 18 anos para a compra de livros em livrarias, mas o anterior Governo, liderado por António Costa, decidiu fixar o valor em 20 euros.
O regulamento referente a esta medida, publicado em Diário da República a 21 de março, indica que "o montante do cheque-livro para a edição de 2024 é de vinte euros, podendo ser utilizados pelos beneficiários até 30 de setembro de 2024".
Perante este prazo, Bruno Eiras admitiu que o regulamento sobre o funcionamento da iniciativa tenha de ser revisto.
À Lusa, o presidente da APEL, Pedro Sobral, confirmou que "há livreiros a fazerem testes na plataforma", mas que o projeto está "bastante atrasado".
"E isso preocupa-nos. A componente operacional tomou muito tempo e já transmitimos a preocupação à tutela do tempo de resgate do cheque", disse Pedro Sobral, perante aquele prazo de 30 de setembro que a APEL considera praticamente impossível de cumprir.
Na quinta-feira, no encerramento do primeiro dia do Book 2.0, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu que se aplicasse a experiência do cheque-livro em Portugal.
"Nenhum de nós sabe se dará resultado ou não. Gosto da ideia e gostava de ver a ideia aplicada. Tem de se fazer a experiência para ver se vale a pena ou não, se estimula ou não estimula [a leitura], mas é uma de várias vias possíveis. É preciso encontrar outras fórmulas imaginativas para realmente apelar à leitura. Qualquer que seja a leitura", acrescentou.