Saiu do anonimato há 17 anos, depois de começar a namorar com Toy, mas nunca se deu, verdadeiramente, a conhecer. Para contrariar isso, Daniela Correia marcou presença no programa das tardes da SIC, esta segunda-feira, 2 de dezembro e esteve à com Júlia Pinheiroe 'abriu o livro' sobreo seu passado conturbado.

Assume-se como uma mulher revoltada e algo insegura, depois de ter vivido num ambiente familiar marcado por conflitos onde os protagonistas foram a mãe, o pai e o avô. "Foi uma infância complicada, derivado ao meu pai, principalmente. Era muito autoritário... Primeiro teve uma vida muito boémia. Depois foi radical... Passou de uma vida boémia para ir para uma igreja evangélica. Tornou-se fanático, tornou-se completamente obsessivo com aquilo", começou por explicar.

"O meu pai chegava de manhã a casa... Era muito complicado.... E depois o meu avô interferia, porque morava mesmo ao lado de nós, e era aí que havia as coisas mais graves, entre o meu avô e a minha mãe", lembrou, 'balizando' a violência "psicológica" que o progenitor praticava e a "física" do seu avô.

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Na mesma conversa, a companheira de Toy recordou a altura em que tudo mudou. Tinha apenas 12 anos quando os pais decidiram seguir caminhos diferentes e contrariamente ao esperado, gostou que isso tivesse acontecido. "Achei que era o melhor que deviam ter feito. O que eu vivia lá em casa era tão mau, tão mau... (...) Deixei de ter aquela pressão que eu tinha. Tinha medo de estar a dormir. Tinha medo que houvessem discussões", confessou.

Frequentemente envolvida nestas situações de conflito, nas quais, segundo a própria, tomou, sempre, as dores da mãe, Daniela Correia não tem dúvidas de que a mãe "fez o que pode", depois de ficar numa situação frágil. "Ficou sem marido, se é que ela ainda tinha, porque para mim aquilo já não era nada. E ficou sem emprego", contou a Júlia Pinheiro.

A marcas da infância na adolescência e no princípio da idade adulta


Daniela Correia teve de crescer 'à força' e revelou que acabou por se tornar numa "adolescente rebelde" que"não ia às aulas", que saia de casa sem autorização eque começou a fumar. "Não tive um suporte familiar...Fez-me muita falta a mão de um pai. (...) A minha mãe já não tinha mão em mim. Às vezes é difícil uma mulher cuidar de uma filha, sem um homem, ainda por cima uma filha rebelde. É complicado", disse.

A infância marcou-a de tal forma que atualmente reconhece que não amava o pai da filha, Beatriz Prates, de quem engravidou quando tinha apenas 20 anos. "Eu pensava que gostava. Acho que há amores e amores, digo eu. Hoje olho para trás e vejo que foi uma doença, não sei, uma obsessão... Acho que não era amor, era obsessão. Depois como vivi o que vivi com o meu pai, tornei-me muito desconfiada", desabafou.