Marco Paulo morreu na madrugada desta quinta-feira, dia 24 de outubro, aos 79 anos, depois de uma dura batalha contra o cancro.

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O cantor português tem mais de 55 anos de carreira e uma vida de sucesso nos palcos e fora deles, que lhe valeram seis milhões e meio de discos vendidos, 150 discos de prata, ouro e platina.

Mas a sua vida não foi apenas marcada pela luta contra o cancro, ou pelos seus sucessos nos palcos. Também histórias incríveis fizeram parte do caminho de Marco Paulo, cujo nome verdadeiro era João Simão da Silva. Em declarações recentes, o artista português revelou que “trato-me por Marco Paulo sempre“.

O fenómeno do caracóis

Uma das características que mais impacto tiveram na sua legião de fãs, foram os seus famosos caracóis, que se tornaram um verdadeiro fenómeno. “Até aos meus 15, 16 anos tinha o cabelo liso e era um menino sorridente. Por ser liso é que depois havia muita gente a dizer que os seus caracóis eram permanente. As pessoas digam o que quiserem. Nunca fiz uma permanente“, contou em declarações à revista Flash.

“Eu uma vez estava a fazer espectáculos no Porto e vivia em Vila Nova de Gaia e precisava de ir urgentemente ao Porto. Tomei um duche. Não me limpei à toalha. Abanei a cabeça…Não me penteei. E fui para a rua com a cabeça molhada porque estava com pressa. E o cabelo, quando secou, ficou encaracolado. Há coisas estrambólicas“, revelou ainda à mesma publicação.

“Estive para morrer em adolescente”

Na mesma publicação, Marco Paulo confessou que não foi só com a sua conhecida luta contra o cancro que a sua vida esteve em risco. O artista português contou que “esteve para morrer em adolescente”. “Sempre afogado. A minha mãe é que me salvou“, revelou.

A febre do microfone

A brincadeira do microfone que o cantor fazia em palco foi uma verdadeira febre entre a sua legião de fãs. Contudo, a verdade é que não foi programado e o aparecimento de tal ‘proeza’ em palco simplesmente “aconteceu“. A publicação Flash o cantor confessou ter deixado cair o microfone por duas vezes.

Escorregou-me uma vez das mãos em Viseu, na Feira de São Mateus. E a outra foi num programa de televisão no Rio de Janeiro. (…) era em direto para milhões de brasileiros. E o microfone cai-me no chão, escorrega-me das mãos. Fiquei muito atrapalhado e envergonhado a pensar que o Brasil inteiro ia dizer que o cantor português tinha deixado cair o microfone. Só que tive sorte porque o realizador era tão competente que, quando me cai o microfone, e até eu o apanhar, ele meteu a capa do meu disco no ecrã”, contou, na altura.

A história do Porshe

Nos anos 70, o cantor Marco Paulo tirou uma fotografia para a capa do seu primeiro single ao lado lado de um Porsche vermelho. De imediato, surgiram os rumores de que o cantor estava tão rico que até era dono do bólide da marca alemã.

A história do Porsche que não era meu e que toda a gente se convenceu que era meu porque apareceu na capa do meu primeiro disco. Todas as pessoas diziam: ‘Vejam só, o Marco tem um Porsche’. Eu não tinha Porsche nenhum. Tive, na boca das pessoas, um Porsche sem o ter. Nem sequer tinha possibilidades de o ter, mas foi um falatório”, contou à revista TV Guia.

Mas quando começou a fazer sucesso na música: “Quando tive possibilidades não tive um, tive três Porsches. Um ainda o tenho ali na garagem e só ando nele quando me apetece.”

Marco Paulo nunca casou nem teve filhos

Numa entrevista dada à Nova Gente, Marco Paulo explicou o porquê de nunca ter constituído família. “Convivo muito bem com isso. Faço o que quero da minha vida e de mim próprio. Tenho o afilhado e as coisas que gostaria de ter. Na altura em que podia pensar na constituição de uma família, tinha sempre o problema das fãs que não queriam [risos]. Para já, não queriam que os artistas fossem casados. E como era sempre o cantor delas, o menino bonito, não foi possível [risos]. Se eu casasse, elas deixavam de ser minhas fãs”, brincou.

A mágoa com o pai: “Não queria artistas em casa”

Apesar da boa relação com a mãe, já falecida, com o pai o cantor fala com alguma mágoa e até pena por este, até ao último dia de vida, se ter recusado a dar-lhe um beijo. “O meu pai nunca me dar um beijo para mim deixou-me um bocado… a pensar, até. Eu tinha tudo da minha mãe, mas do meu pai não tinha nada. Não queria que eu cantasse. Não queria artistas em casa. E recusou-se a beijar-me. Até que um dia, mais recentemente, antes de morrer, ainda estava em casa, e eu vou a casa e tentei dar um beijo ao meu pai. Ele estava doente e ainda me disse que ‘não’ e mandou-me ir beijar a minha mãe. E eu disse-lhe: ‘Mas ó pai, eu sou seu filho’. E ele respondeu-me: ‘Está bem, mas beija a tua mãe‘”, contou à publicação Flash.

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Texto: Ana Rocio Fotos: Impala, Redes sociais