"Não podemos fazer isso em democracia. Eu contento-me com 72 deputados e é o que vamos tirar", no domingo, disse Nambeia, de gorro vermelho na cabeça ao dirigir-se a milhares de apoiantes do PRS no campo de Maracanã, no bairro de Lala Quema, arredores de Bissau.

Sem os ímpetos do fundador do PRS, Kumba Ialá, mas com um discurso vigoroso, Alberto Nambeia apareceu no comício com o mesmo gorro que celebrizou o defunto político, a quem homenageou, "prometendo-lhe" uma vitória nas legislativas.

"Vamos ganhar para mudar este país e homenagear aqueles, como Kumba, que fundaram este grande partido", afirmou Nambeia que prometeu um governo para, entre outros, acabar com as greves dos professores, construir escolas, estradas, hospitais e ainda "conduzir os guineenses a enterrarem o machado de guerra".

Nambeia pediu um minuto de silêncio em memória de Kumba Ialá (falecido em plena campanha eleitoral, em 2014), mas o entusiasmo era tanto que não foi acompanhado no seu recolhimento pelos jovens que ainda vibravam com o anúncio que fizera sobre "a vitória segura" na votação de domingo.

Visivelmente emocionado, o líder do PRS dirigiu-se aos jovens, reforçando-lhes a sua confiança na vitória, mas exortou a que se "abra os olhos" e que se vigie o ato eleitoral, para "prevenir manobras" que disse já começaram com o próprio primeiro-ministro, Aristides Gomes, a quem acusa de se ter envolvido em campanha eleitoral no leste do país.

"Este primeiro-ministro deve saber que o tempo dele acabou. Rua", defendeu Alberto Nambeia que disse ser o mesmo destino que o povo vai dar ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), no domingo.

Só pede que o "ambiente de Carnaval" que foram os 21 dias da campanha eleitoral continue depois da votação, e que a comunidade internacional "saiba respeitar a vontade dos guineenses, expressas nas urnas", reforçou.

Também seguro na vitória do PRS, Botche Candé, antigo ministro do Interior e ex-deputado do PAIGC, afirmou que "se Domingos Simões Pereira - líder do PAIGC, ganhar estas eleições" vai deixar de fazer política "de vez".

Candé, candidato a deputado nas listas do PRS em Bafatá, no leste, acusou Domingos Simões Pereira de "ter falado muito durante os dias da campanha eleitoral e de ainda dividir os guineenses", mas prometeu dar-lhe "uma boa resposta, nas urnas" a partir de domingo.

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