De acordo com um estudo do Slack, a urgência na implementação de ferramentas de IA nas operações empresariais aumentou sete vezes nos últimos seis meses. Este aumento reflete a crescente necessidade de adaptação ao futuro do trabalho, impulsionado pela IA. Contudo, esta revolução não se limita à eficiência operacional, estando também profundamente ligada à experiência dos trabalhadores, prometendo ainda redefinir áreas tão vastas como as carreiras e a cultura organizacional. Para que esta mudança se concretize, a IA tem de ser uma ferramenta útil para os trabalhadores, e as empresas devem criar um ambiente onde humanos e sistemas de IA possam trabalhar em conjunto, de forma eficaz.
Para ajudar os profissionais a compreenderem a sua posição atual perante a IA, e para orientar os líderes sobre a melhor forma de apoiar as suas equipas, o mesmo e já citado estudo identificou cinco perfis distintos no uso da IA no ambiente de trabalho. Os 'Maximalistas' (30%) são o maior grupo, e são os que utilizam IA várias vezes por semana para melhorarem a qualidade do seu trabalho. De seguida encontram-se os 'Undergrounds' (20%), colaboradores que utilizam IA com frequência, mas evitam informar os seus colegas ou chefias de que o fazem.
Por outro lado, existem 'Os Rebeldes' (19%), que rejeitam o uso da IA e consideram injusto que outros colegas a utilizem. Por fim vêm os 'Superfãs' (16%), entusiastas da IA mas que ainda não estão a tirar pleno proveito da tecnologia no seu dia-a-dia, e os 'Observadores' (16%), os que ainda não integraram a IA nas suas rotinas de trabalho e mantêm uma postura cautelosa, observando os seus efeitos à distância.
Aqueles que ainda não adotaram a IA arriscam-se efetivamente a perder benefícios tangíveis, como o aumento da eficiência, do desempenho e até mesmo do bem-estar. Capacitar as equipas para delegar tarefas repetitivas em bots, podendo focar-se em trabalhos mais criativos e significativos, acrescenta valor tanto para os profissionais como para as empresas.
Assim, para que a IA funcione plenamente para as equipas, os líderes devem repensar a forma como desenvolvem e formam os seus colaboradores. Dada a grande diversidade de perspetivas e experiências no que toca à IA, uma abordagem personalizada para a formação e capacitação é crucial para o sucesso de cada colaborador. Existem assim três ações principais que os líderes podem adotar para promover a utilização da IA nas suas organizações: criar uma cultura de aprendizagem contínua, dar visibilidade aos casos de uso bem-sucedidos e incentivar a experimentação.
Em primeiro lugar, oferecer uma orientação clara e um plano de formação adequado é essencial para promover a adoção da IA. Apenas 15% dos trabalhadores administrativos afirmam ter a educação e formação necessárias para utilizar a IA de forma eficaz. Aqueles que recebem formação têm até 19 vezes mais probabilidades de sentir que a IA está a melhorar a sua produtividade. Em segundo lugar, partilhar exemplos de como outros colaboradores estão a utilizar a IA e a beneficiar das suas ferramentas ajuda a estabelecer normas e a encorajar mais pessoas a partilharem as suas próprias experiências e aprendizagens. Por último, é importante criar um ambiente de confiança, onde as equipas se sentem apoiadas para experimentar novas tecnologias. Profissionais que confiam no apoio dos seus líderes têm 94% mais probabilidades de ter experimentado a IA em tarefas relacionadas com o trabalho.
À medida que as empresas fomentam uma cultura de experimentação e incentivam os seus colaboradores a encontrarem formas de melhorar o trabalho com IA, torna-se necessário também alterar a forma como medimos o impacto. Em vez de medir a produtividade apenas pelo tempo ou pela atividade realizada, as empresas devem focar-se em resultados claros, como a satisfação do cliente ou o desenvolvimento de novos produtos. Esta realidade irá encorajar os colaboradores a serem mais criativos e a utilizarem todas as ferramentas disponíveis para alcançarem esses resultados.
Com a inovação da IA e os locais de trabalho a evoluírem rapidamente, os empregadores devem adaptar-se para garantir o sucesso dos seus funcionários e, em última análise, dos seus clientes. Proporcionar aos colaboradores a oportunidade de adquirir novas experiências, redes e competências com IA permitirá que prosperem neste futuro cada vez mais impulsionado pela inteligência artificial.
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