Como uma força transformadora, a Inteligência Artificial (IA) promete otimizar processos e melhorar a qualidade dos cuidados prestados. A sua capacidade de analisar grandes volumes de dados, prever tendências e automatizar tarefas administrativas oferece uma oportunidade única para revolucionar a forma como os serviços de saúde operam. Esta transformação não só visa aumentar a eficiência, como também garantir um cuidado mais centrado no paciente — algo vital no cenário atual, onde as exigências e necessidades dos utentes estão a crescer de forma acelerada.

No entanto, a concretização do potencial da IA enfrenta desafios significativos, pois, embora as inovações que oferece sejam promissoras, muitas organizações do setor da saúde continuam a enfrentar dificuldades na integração plena das tecnologias de informação nas suas práticas diárias. Esta situação é agravada pela resistência à mudança, frequentemente enraizada na cultura organizacional, e pela falta de formação adequada para os profissionais de saúde.

Além disso, a implementação de soluções tecnológicas não resulta, muitas vezes, nas melhorias esperadas. Isto acontece porque, frequentemente, as tecnologias são introduzidas sem uma análise aprofundada e contextualizada das especificidades de cada organização. Esta falta de diagnóstico claro e detalhado leva à adoção de ferramentas que não se alinham com os processos existentes, nem com os objetivos estratégicos da instituição, comprometendo tanto a eficiência como a qualidade dos cuidados prestados.

Em última análise, uma abordagem que não seja reflexiva e orientada para o contexto pode transformar a inovação em sobrecarga administrativa. Em vez de promover avanços significativos no atendimento, corre-se o risco de perpetuar práticas ineficazes, prejudicando a experiência de quem mais importa: os utentes.

A tecnologia deve ser encarada como uma ferramenta que permite ao profissional de saúde ganhar tempo. O objetivo não é que os profissionais dediquem mais tempo à utilização dos sistemas de informação, mas sim que possam concentrar-se no que realmente importa: a atenção e prestação de cuidados ao paciente.

Nesse sentido, a inteligência artificial (IA) deve simplificar tarefas e auxiliar na tomada de decisões, permitindo assim um atendimento mais humanizado.

A digitalização já trouxe benefícios significativos ao setor da saúde, mas é fundamental continuar a integrar tecnologias emergentes, com especial ênfase na IA e na análise de dados. Através da sua capacidade de processar e analisar grandes volumes de informação, não só melhora os resultados de saúde, mas também otimiza a eficiência operacional tanto em hospitais, como em clínicas e farmácias.

A comunicação e a integração de diferentes sistemas de informação, de forma transparente e segura, permitindo acesso em tempo real à informação clínica. Este novo modelo de saúde conectada, que envolve todos os intervenientes do setor, é crucial para a verdadeira transformação digital que se pretende alcançar. Assim, ao criar-se um ecossistema de saúde mais integrado, é possível proporcionar cuidados mais personalizados e responsivos, melhorando assim a experiência do utente. A IA pode surgir como uma ferramenta essencial para a concretização do objetivo de melhorar os resultados no setor, não descurando a sustentabilidade financeira, pois traz soluções que promovem uma gestão mais eficiente dos recursos disponíveis.

A capacidade de analisar grandes volumes de dados permite identificar padrões e antecipar necessidades de saúde, desempenhando um papel crucial na prevenção. Dessa forma, consegue-se não só reduzir os custos associados ao tratamento, mas também diminuir a complexidade dos cuidados e hospitalizações. Esta abordagem resulta numa utilização mais eficiente dos serviços de saúde, aliviando a pressão sobre os sistemas existentes.

Esta transformação é fundamental, pois não apenas aprimora a experiência do paciente — ao promover um atendimento mais humanizado e personalizado —, mas também torna o sistema de saúde mais produtivo e ágil.

O sistema de saúde é intrinsecamente complexo e enfrenta desafios significativos para todos os intervenientes, sejam utentes ou profissionais de saúde. É imperativo que abramos as portas à IA, reconheçamos que os seus rápidos avanços podem redefinir a forma como a saúde é praticada e permitir uma integração eficaz na prática clínica.

Na Glintt Life Hospitals estamos a percorrer o caminho de desenvolvimento e disponibilização de soluções que promovem o conceito de saúde conectada, com foco numa maior personalização dos cuidados aos utentes e uma gestão mais eficiente de todas as estruturas de saúde.

Director of strategy, Glintt Life Hospitals