O crescente domínio da Inteligência Artificial (IA) no ambiente de trabalho tem suscitado uma urgência na valorização das competências humanas dos trabalhadores. De acordo com o estudo EY AI Experience in Europe, atualmente, duas em cada três pessoas acreditam que a IA irá substituir postos de trabalho, algo que gera alguma preocupação, já que cada vez mais se assiste à proeminência da Inteligência Artificial em contextos e espaços que até agora eram exclusivamente dos humanos. No entanto, continuam a ser as competências humanas aquilo que nos diferencia positivamente em diversos cenários e circunstâncias. Estas capacidades singulares são ainda mais relevantes em situações imprevisíveis e complexas, que requerem inteligência emocional e competências como a empatia.
Algumas das competências mais valorizadas atualmente são a agilidade, a capacidade de aprendizagem contínua, a colaboração, a literacia e a inteligência emocional. O ambiente corporativo é dinâmico e competitivo, e exige aos colaboradores não só uma rápida adaptação à realidade e ao contexto, mas também uma capacidade de tomada de decisões rápida e eficaz. A Inteligência Artificial está a transformar a realidade e a forma como nela atuamos, é importante ter em conta que a interação e a sensibilidade humana continuam a ter que prevalecer.
No setor do retalho, por exemplo, a experiência presencial em loja e a interação com os produtos e com as pessoas continuam a ser fatores decisivos de compra para muitos consumidores. Segundo um estudo da SAP Emarsys, embora 51% dos consumidores considerem positivo o impacto que a Inteligência Artificial tem nas compras, 86% ainda preferem ter uma interação humana, em vez de tecnológica. Para além disso, 24% têm algumas inseguranças perante os avanços tecnológicos, já que a interação humana é algo essencial para um ambiente de compra confiável e positivo.
No contexto laboral são frequentemente apontadas lacunas que influenciam a performance dos colaboradores e o sucesso coletivo, tais como a falta de cooperação, pensamento crítico e a inteligência emocional, fatores que espelham de forma clara a necessidade de apostar no reforço e valorização das competências humanas. Estas falhas são ainda mais prejudiciais quando a comunicação e a empatia não estão bem desenvolvidas, tendo em conta que impactam diretamente as equipas e respetiva performance. A promoção e desenvolvimento destas competências e a ativação de cenários que exigem a sua aplicação pode interagir com realidades mecanizadas complementando-se, agilizando processos e otimizando resultados.
O autoconhecimento e a aprendizagem contínua surgem como fatores essenciais para aperfeiçoar o desenvolvimento pessoal e profissional. A capacidade de ser permeável e de estar disponível para questionar, para recomeçar, reaprender e integrar novos padrões, é claramente uma competência humana muito valorizada. É verdade que a tecnologia tem a capacidade de fornecer ferramentas de avaliação e desenvolvimento, contudo a predisposição para aprimorar e evoluir parte de cada um.
No fundo, temos de ter consciência de que a tecnologia não é uma substituição das competências humanas, mas sim um complemento às mesmas. Atualmente a digitalização do mundo laboral é uma realidade muito presente e em evolução, e importa compreender que não é opção ignorar a sua existência e utilizada, é sim, um desafio que exige colaboração, atenção e dedicação coletivas em prol de um bem comum: a evolução. A inteligência artificial veio ajudar certas competências a ganhar um novo protagonismo, pondo à prova, como nunca no passado, a nossa capacidade de ler, interpretar, pensar e atuar sobre o que nos está a ser apresentado, características humanas que nos diferenciam.
Customer Success Manager da GoodHabitz em Portugal