Não é raro, infelizmente, vermos notícias em Portugal sobre a bactéria legionella. Nos últimos dias, soubemos que a mesma foi detetada no Alentejo, na piscina municipal coberta de Borba e nas estações ferroviárias de Beja e Cuba. A cerca de 500 quilómetros, no Pinhão, com vista para o Rio Douro, houve também um caso.
Mas, do que falamos quando falamos de legionella e o que podem as instituições e empresas fazer?
As bactérias do género legionella encontram-se em ambientes aquáticos naturais e em sistemas artificiais existentes em todas as tipologias e dimensões de edifícios, como redes de água quente, redes de água fria, sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado, sistemas de arrefecimento de água, entre outros.
A exposição a esta bactéria pode provocar uma infeção respiratória, transmitida por inalação de gotículas contaminadas, conhecida por Doença dos Legionários. O período de incubação da bactéria no organismo humano pode ser demorado e os sintomas passam facilmente despercebidos, sendo muitas vezes confundidos com sintomas gripais. No entanto, a falta de tratamento pode levar à morte.
Uma das formas de prevenir o aparecimento de bactérias, passa pela análise dos sistemas de águas quentes sanitárias e inspeção aos equipamentos dos sistemas de climatização. Existe ainda a possibilidade de realizar avaliação de risco, para que cada entidade possa determinar, nas suas instalações quais os pontos onde a bactéria pode estar presente e agir de forma proativa. Este é, aliás, um passo determinante para a construção de um Plano de Prevenção e Controlo
Prevenir o aparecimento da legionella tem desde logo a grande e óbvia vantagem de proteger a saúde de todos os que frequentam um determinado espaço, além de proteger a reputação das entidades e evitar eventuais encerramentos pontuais ou mais prolongados de estabelecimentos comerciais ou de uso público.
Sandra Nunes, Coordenadora do Lab de Microbiologia – SGS Multilab