
Finalmente! Está aí a Road to WrestleMania! Desde os 6 anos que acompanho seja o que for da WWE e para um bom fã de wrestling, esta é a altura mais entusiasmante do calendário: estamos a menos de 50 dias do maior evento, o WrestleMania.
Se está a ler este artigo e não está familiarizado com o mundo da luta-livre, este é o evento dos eventos, que marca o fim do calendário, ou seja, todas as rivalidades e histórias que ocorreram desde o evento do ano passado culminam aqui. O WrestleMania é o Super Bowl do wrestling; para além das histórias, o evento também é marcado por uma superprodução e presenças de celebridades de "outros mundos" — por exemplo, o atual presidente dos EUA, Donald Trump, fez uma aparição no combate "A Luta dos Milionários", em 2007, quando escolheu um lutador para o representar contra o lutador que representava o então presidente da WWE, Vince McMahon.
Neste artigo, irei explicar o que esperar do WrestleMania 41 e, quem sabe, despertar o interesse daqueles que nunca acompanharam este universo tão único.
Esta altura do ano, denominada como Estrada até ao WrestleMania (Road to WrestleMania), começa sempre em janeiro com o Royal Rumble, combate de 30 lutadores no ringue, que se vão eliminando até restar apenas um; esse ganha o direito de desafiar o campeão mundial no WrestleMania) e vai até ao evento dos eventos.
Agora perguntará: ok, mas o que tem de especial?
O que tem de especial é que durante este período de mais ou menos três meses, tudo pode — e vai — acontecer e o evento especial do último fim de semana é a prova disso mesmo.
Ao fim de mais de 20 anos como a cara da WWE, John Cena anunciou que 2025 é o seu último ano como lutador e que com isso tem cada vez menos possibilidades de bater o recorde de Ric Flair e se sagrar pela 17.ª vez campeão mundial. Cena foi sempre o babyface (herói) das histórias e defende o moto de fazer sempre o correto, nunca recusar uma luta e nunca ir por atalhos, bem como respeitar sempre o oponente (Hustle, Loyalty and Respect), mas no sábado, ao vencer o combate Elimination Chamber e ganhar o direito a combater pelo outro título mundial da WWE no WrestleMania, chocou o mundo do wrestling ao fazer o impensável — ainda que desejado por muitos: tornou-se heel (vilão) ao alinhar-se com The Rock e traiu o atual campeão, Cody Rhodes. No mundo dos filmes, é como se o Superman se coligasse com Lex Luthor.
Para um grande fã de wrestling, como sou, este foi um dos momentos mais chocantes da história da WWE e aumentou brutalmente o interesse e entusiasmo em volta do WrestleMania deste ano. Se me perguntassem há uma semana, diria que era muito difícil o evento deste ano estar sequer à altura da edição de 2024, a melhor de sempre. Mas podemos continuar a confiar em Triple H (o atual manda-chuva da WWE) e na sua brilhante mente para enredos. Apesar do lapso de ter Jey Uso a combater pela milionésima vez contra GUNTHER pelo título mundial, a decisão de tornar John Cena no grande heel da companhia foi, sem dúvida, acertada.
Portanto, aqui estamos, a um mês do WrestleMania 41, que neste ano será em Las Vegas, e o nível não poderia estar mais alto. Até porque, a juntar a tudo o que referi acima, teremos muito possivelmente o grande final da rivalidade entre CM Punk e Seth Rollins, que dura há anos e foi agravada pelo regresso, ao fim de uma década fora da WWE, de CM Punk, levando Rollins a ficar obcecado com a ideia de impedir que Punk atinja os seus objetivos.
Haverá ainda um Drew McIntyre contra Damian Priest — e aqui tenho de admitir que faço parte do leque de pessoas que pensam que, após o ano que teve, McIntyre merece um oponente "maior" —, que só fará sentido se levar à vitória do lutador escocês.
Teremos, finalmente, um Kevin Owens contra Randy Orton que, juntamente com o combate que referirei a seguir, roubará as atenções e terá tudo para ser um dos combates do ano se lhes derem o tempo necessário — e nem seria necessário uma estipulação especial, pois estes dois farão magia, de certeza.
Do lado feminino, já se sabe, a campeã Rhea Ripley defenderá o titulo contra Bianca Belair, num combate que muitos antecipam que será um dream match, dado o historial das rivais desde os tempos do NXT (marca da WWE destinada aos lutadores do futuro), e talvez nesta equação ainda surja a lutadora japonesa Iyo SKY, levando a uma Triple Threat entre estas lutadoras. Seria, sem dúvida, mais um momento alto.
Também Chatlotte Flair, após quase dois anos fora da WWE, voltou e venceu a edição feminina do Royal Rumble, e terá o seu combate (mais uma vez) pelo título da WWE, contra Tiffany Stratton. E neste caso é imperativo que apoie a jovem campeã em vez da "Rainha" – peço desculpa aos fãs de Charlotte, mas não me parece que Flair não acabe por sair do WrestleMania com mais um título para a coleção.
Ao dia de hoje, a grande vantagem desde ano é ser muito difícil conseguir antever mais combates para o WrestleMania, o que nos deixa agarrados à programação da WWE. E agora está tudo na Netflix!
O que irá Triple H cozinhar a seguir?