O seu principal adversário, Cellou Dalein Diallo, que se declarou vencedor das presidenciais antes da divulgação dos resultados, obteve 33,5 dos votos, segundo a mesma comissão.
Condé, 82 anos, foi o primeiro chefe de Estado eleito democraticamente em 2010, após décadas de regimes autoritários na Guiné-Conacri, país vizinho da Guiné-Bissau.
Durante um referendo em março, muito contestado, fez aprovar uma nova Constituição e considerou que o novo texto lhe permitia voltar a concorrer a um terceiro mandato. Os adversários denunciaram um "golpe de Estado constitucional".
Segundo a oposição, pelo menos 90 pessoas morreram no último ano devido a incidentes durante manifestações contra uma nova candidatura de Condé.
A violência pós-eleitoral causou pelo menos uma dezena de mortes.
A Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) tem vindo a divulgar os resultados de forma gradual desde terça-feira. Na noite de quinta-feira, anunciou os resultados provisórios de 37 dos 38 círculos eleitorais nacionais atribuindo a Condé mais de 2,4 milhões de votos dos 3,9 milhões de votos registados, o dobro dos conquistados por Diallo (1,2 milhões de votos).
Os opositores acusam o Governo de estar envolvido numa fraude, enquanto o executivo e os apoiantes de Condé asseguram que o processo eleitoral foi realizado de forma segura e responsabilizam Diallo pela instabilidade social na Guiné-Conacri por se ter autoproclamado na segunda-feira vencedor das eleições.
Diallo, 68 anos, foi derrotado por Condé nas presidenciais de 2010 e de 2015, tendo proclamado a sua vitória na segunda-feira com base nos dados recolhidos pelos seus partidários nas assembleias de voto, alegando não confiar na independência da comissão eleitoral e do Tribunal Constitucional. Indicou ter obtido 53% dos votos.
PAL (JYO/SMM) // VM
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