
São quase duas décadas que Joaquim Jorge celebra ao volante de um clube que vive da vontade de refletir e trocar ideias sobre a atualidade, o país e os desafios com que a sociedade se confronta. "É uma notável iniciativa cívica do Joaquim Jorge", enalteceu José Ribeiro e Castro numa celebração anterior. E a afirmação mantém toda a validade, conforme comprova a energia que o fundador deste Clube de Pensadores continua a pôr em cada iniciativa promovida, ao longo de já 143 sessões.
A ideia surgiu de uma conferência em que o fundador e o jornalista Vicente Jorge Silva constataram "a falta de contributos independentes para reflexão e debate", que pudessem, mais do que dar respostas, pôr as pessoas a pensar. E da semente fez-se um plano, que se concretizou e permanece bem vivo, tendo já passado pelos palcos do Clube nomes de maior relevo, de áreas que vão da política à justiça, da ciência à sociologia, passando pela música e até pelo desporto, incluindo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o seu antecessor e atual presidente do Conselho Europeu, António Costa, mas também Paula Teixeira da Cruz, Sobrinho Simões, António Barreto, Pedro Abrunhosa, André Villas-Boas ou Tiago Monteiro.
Para celebrar os 19 anos do Clube dos Fundadores, o fundador, Joaquim Jorge, reunirá de novo, com José Ribeiro e Castro, ex-líder do CDS e presidente da SHIP – Sociedade Histórica da Independência de Portugal, à mesa, temas como política nacional, a desconfiança e desinteresse que se têm espalhado pela sociedade e que acabam por traduzir-se em fracos níveis de participação cívica e enorme percentagem de abstenção. E ainda sobre o papel do jornalismo na reversão dessa tendência.
No Holiday Inn de Gaia, a partir das 21.30 de sexta-feira, dia 28 de março, será realizada a sessão comemorativa dos 19 anos do Clube dos Pensadores, a que todos são convidados a juntar-se e a contribuir para o debate. "O Clube dos Pensadores é um espaço livre de acesso gratuito, aberto a todos, em que ninguém pede identificação ou pergunta qual a sua ideologia; é um espaço erudito e popular", descreve Joaquim Jorge, formado em Biologia mas bem desperto para a atualidade e a participação cívica, e que foi já distinguido com uma Medalha de Mérito Cívico da cidade de Gaia, onde vive, e a Medalha de Honra Ouro da freguesia de S. Mamede de Infesta, onde nasceu.
"A democracia não pode consistir apenas em votar, uma vez a cada quatro anos; ela passa também por participar ativamente e deliberar, construindo espaços que criem coletivos, identidades com interesses comuns, desenvolvendo soluções potenciais e que ajudem a misturar ideias de diferentes campos do conhecimento e de diferentes ideologias, em espaços tranquilos, onde ocorre uma conversa de troca de ideias não polarizada", defende o fundador, que, a partir do Clube dos Pensadores, escreveu já mais de uma mão cheia de livros, o mais recente dos quais um apelo ao regresso de Luís Filipe Menezes à política.
Para Joaquim Jorge, é verdadeiramente importante haver "espaços livres, especialmente para quem não tem acesso a espaços culturais e de pensamento, em debates de qualidade, mas numa linguagem comum", uma vez que a maioria dos palcos está dominada a partidos políticos. "Conversar e debater cara a cara é uma ideia com enorme simbolismo e valor. As pessoas estarem juntas, sem filtros e sem medo, dando a sua opinião, fazendo o uso da palavra contra a sua degradação em certas esferas políticas, pode gerar respostas, ajudar a entender transformações sociais e suavizar conflitos emergentes", defende.