Ossufo Momade, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), falava na cidade de Nampula, na sua primeira aparição na campanha eleitoral, que cumpre hoje o seu nono dia.

A Renamo já havia afirmado que o seu líder estava "num país estrangeiro, em missão de serviço", escusando-se a dizer em que lugar se encontrava.

"Não queremos a corrupção, porque está a fazer atrasar o nosso país, vamos fazer reformas profundas dentro do aparelho do Estado", declarou Ossufo Momade, no comício na cidade de Nampula.

Um eventual governo da Renamo vai "tomar medidas contra os funcionários públicos que fazem cobranças ilícitas", acrescentou.

O político avançou que, caso seja eleito e forme governo, vai apostar numa agricultura mecanizada, para a produção de alimentos que permitam que "cada moçambicano tenha mata-bicho, almoço e jantar" ou, no mínimo, "duas refeições, por dia".

O líder da Renamo considerou inadmissível que Moçambique, dispondo de extensas terras férteis, importe produtos como tomate da vizinha África do Sul.

Momade prometeu uma educação de qualidade, com professores motivados e melhores condições de ensino.

"Os alunos do ensino primário ainda não têm livros escolares [de distribuição gratuita, quando o ano escolar já está no segundo semestre] e os professores não têm manuais escolares e estão desmoralizados", afirmou o líder da Renamo.

Momade também assegurou cuidados de saúde de qualidade, criticando a falta de médicos e de ambulâncias e sublinhando o descontentamento dos profissionais da saúde.

Qualificando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de partido de "ladrões", pediu ao eleitorado para votar na Renamo, porque o partido "não foi feito para ficar na oposição".

"Pedimos aqui e agora que nos deixem governar só cinco anos para mostrarmos como é que se governa um país", disse.

Dirigir o país, prosseguiu, é tratar os moçambicanos com dignidade e como donos do país e não como estrangeiros.

"O nosso país tem recursos, temos uma terra fértil, basta lançar semente, vai germinar", enfatizou.

Além de Ossufo Momade, concorrem às eleições presidenciais Daniel Chapo, da Frelimo; Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força parlamentar; e Venâncio Mondlane, candidato independente apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos).

As eleições presidenciais vão decorrer em simultâneo com as legislativas, dos governadores provinciais e dos membros das assembleias provinciais.

O atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, não se recandidata às próximas eleições presidenciais, porque atingiu o limite constitucional de dois mandados.

 

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