Em comunicado, a Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) afirma que, apesar da "ligeira redução de 1% em relação a 2023", o porto "continuou a mostrar resiliência e adaptabilidade face a desafios logísticos significativos".
As operações diretas da MPDC "demonstraram um crescimento robusto, movimentando 14,2 milhões de toneladas", um aumento de 14% em relação ao ano anterior, enquanto os volumes rodoviários "registaram um crescimento significativo", com um aumento de 11% em termos anuais, para 10,7 milhões de toneladas.
Já os volumes ferroviários, "que têm sido um foco crítico para a estratégia de sustentabilidade da MPDC", cresceram 7%, de 2,8 milhões de toneladas para 3,019 milhões de toneladas em 2024.
"Estes números sublinham a capacidade da MPDC em manter uma distribuição equilibrada dos modos de transporte, mesmo apesar dos constrangimentos logísticos", explica a empresa, no comunicado.
Acrescenta que a diminuição dos volumes totais, em todos os terminais portuários do porto de Maputo e do porto da Matola, "deveu-se principalmente aos protestos pós-eleitorais e aos bloqueios rodoviários no corredor de Maputo, incluindo o encerramento da fronteira durante vários dias e ao condicionamento das operações fronteiriças e rodoviárias durante mais de um mês".
"O corredor ferroviário entre a África do Sul e Moçambique foi também afetado pelos protestos e bloqueios, a par de um descarrilamento em outubro/novembro, que levou ao encerramento da linha durante um mês", recorda a MPDC.
As manifestações pós-eleitorais em Moçambique provocaram desde 21 de outubro mais de 300 mortos e acima de 600 boleados, além de saques, pilhagens, barricadas e bloqueios de estradas e a destruição de equipamentos públicos e privados, bem como violentos confrontos com a polícia.
Citado no comunicado, o diretor-executivo da MPDC, Osório Lucas, admite que o porto de Maputo "enfrentou um último trimestre do ano desafiante", embora sublinhe a "resiliência" da equipa.
A empresa destaca ainda o aumento das receitas resultantes para o Estado das taxas de concessão pagas ao Governo de Moçambique, que aumentaram 12%, 46,8 milhões de dólares (45,4 milhões de euros), face 41,7 milhões de dólares (40,5 milhões de euros) em 2023.
"Isso reflete o compromisso inabalável da MPDC em contribuir para o desenvolvimento económico de Moçambique. Esta contribuição da MPDC exclui as receitas adicionais para o Estado, nomeadamente as provenientes dos impostos sobre os lucros e os dividendos ao seu acionista, os Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM)", acrescenta a empresa.
A concessão do porto de Maputo à MPDC vai vigorar até 13 de abril de 2058, segundo os termos da adenda ao contrato, aprovada por decreto do Governo moçambicano publicado em abril passado, sendo que a concessionária prevê investir nos primeiros três anos 600 milhões de dólares (582,1 milhões de euros) na expansão da infraestrutura portuária, a primeira fase de investimento.
A MPDC é uma empresa privada moçambicana que resultou da parceria entre os CFM e a Portus Indico, esta constituída pela Grindrod, DP World e a empresa Mozambique Gestores.
No mesmo comunicado, a MPDC afirma que 2025 "assistirá ao início dos grandes projetos de expansão no porto de Maputo".
"Incluindo a tão esperada expansão do terminal de contentores e do terminal de carvão, ambos com início previsto para o primeiro semestre. Estes projetos são dois dos principais pilares da extensão da concessão concedida no início de 2024 e representam um investimento estratégico no crescimento futuro do porto, assegurando que este continua a ser um motor essencial do comércio e da logística na região", assume a MPDC.
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