"Na COP29 precisamos assegurar compromissos mais sólidos e acionáveis em matéria de financiamento climático, bem como decisões firmes sobre o Novo Objetivo Quantitativo Coletivo e a operacionalização do Fundo para Perdas e Danos", referiu hoje José Maria Neves, num encontro de alto nível da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS).
O encontro decorreu em Nova Iorque, à margem do programa da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde as alterações climáticas são um dos tópicos em destaque.
Mas o chefe de Estado fez um apelo já dirigido à cimeira seguinte, na agenda internacional, no quadro da aliança de pequenos países, como Cabo Verde - arquipélagos vulneráveis à subida do mar e com menor acesso ao sistema financeiro mundial.
Além da COP29, a agenda de 2025 dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, sigla inglesa) vai incidir no problema do financiamento.
"A 4.ª Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, em 2025, vai reapreciar a plena realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a reforma da arquitetura financeira internacional", acrescentou José Maria Neves.
Os dois passos são considerados "cruciais" para "enfrentar as ameaças graves e irreversíveis e os impactos adversos das alterações climáticas, incluindo a subida implacável e sem precedentes do nível do mar, que põe desproporcionalmente em perigo as vidas, os meios de subsistência, a segurança alimentar, os ecossistemas e o bem-estar dos povos e comunidades dos SIDS".
O Presidente cabo-verdiano defendeu, no domingo, que a mitigação e a adaptação a eventos climáticos extremos "não têm sido inclusivas" e têm ficado "aquém das metas traçadas", responsabilizando a "persistente" lacuna de financiamento por esses atrasos.
O chefe de Estado falava na Cimeira do Futuro, na sede da ONU, em Nova Iorque, onde saiu em defesa da necessidade de uma reforma da arquitetura financeira internacional.
LFO (MYMM) // JMC
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