"Em Timor-Leste, quatro em cada dez estudantes dos 13 aos 15 anos consomem produtos de tabaco. Entre os jovens, a prevalência do tabagismo ronda os 37%, a mais alta da região do sudeste asiático", afirmou o responsável da OMS.

Arvind Mathur falava na sessão de abertura de um encontro sobre "Políticas, Desenvolvimento de Capacidades e Planeamento de Ação para Combater o Consumo de Tabaco e Outros Fatores de Risco das Doenças Não Transmissíveis", que juntou em Díli os presidentes das autoridades municipais do país.

"Não acham que isto representa um número excessivo de pessoas em risco de doenças potencialmente fatais, morte prematura e incapacidade?", questionou o representante da OMS.

Segundo Arvind Mathur, o consumo de tabaco é a principal causa "evitável de morte e um dos principais impulsionadores das Doenças Não Transmissíveis"

Dados da OMS, referentes a 2021, indicam que as doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crónicas, diabetes e cancro são responsáveis por "51,1% de todas as mortes em Timor-Leste, o que representa cerca de 1.000 mortes anuais".

"Está claro que, sem uma ação urgente e decisiva, os custos económicos e sociais continuarão a aumentar, dificultando o progresso e a prosperidade nacional. Como presidentes das autoridades municipais, estão na linha da frente desta luta", salientou o responsável.

O encontro visa ajudar os presidentes das autoridades municipais timorenses a começarem a implementar áreas livres de fumo, restrições à venda de produtos de tabaco a menores, a proibir publicidade e patrocínios do tabaco, e a aumentar a aplicação do decreto-lei de controlo do tabaco.

"A reunião de hoje não é apenas mais uma consulta -- é um apelo à ação", disse Arvind Mathur.

O apelo foi reforçado pelo vice-ministro para o Fortalecimento Institucional da Saúde, José dos Reis Magno, que disse que a "implementação eficaz" da política contra o tabaco também precisa do envolvimento ativo dos presidentes das autoridades municipais.

"A luta contra o tabaco é uma responsabilidade partilhada. Todos nós temos o poder de influenciar diretamente a saúde e o bem-estar das nossas comunidades. A implementação das políticas e dos planos não apenas salvará vidas, mas também contribuirá para um Timor-Leste mais saudável, produtivo e resiliente"; disse o vice-ministro.

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