A fase de grupos está já ao virar da esquina e o último adversário reside na Suécia. É em terras nórdicas que o Benfica vai dar início à eliminatória com o Hammarby, o derradeiro opositor numa caminhada que as águias esperam ser bem sucedida até à próxima fase da competição.

Embora estivesse inicialmente prevista a disputa da primeira mão em solo português, as duas equipas acordaram em inverter a ordem dos jogos, um pedido do Hammarby para que a calendarização permitisse que a equipa pudesse transferir o jogo para a Tele2 Arena, o estádio principal e que tem lotação máxima de 30 mil pessoas. É, por isso, debaixo de um esperado inferno sueco que o Benfica procura colocar-se em posição vantajosa no confronto.

Como jogam as suecas?

A formação do Hammarby parte, geralmente, de uma estrutura assente no 4x2x3x1. A japonesa Asato Miyagawa tem feito dupla com Emilie Joramo no duplo pivot e Ellen Wangerheim, a melhor marcadora da equipa, joga na posição mais ofensiva do meio-campo, bem perto da matadora Cathinka Tandberg.

Equipa muito jovem, com média de idades a rondar os 24 anos, este Hammarby apresenta-se como um coletivo com valências ao nível físico, mas pouco agressivo nos duelos. As suecas procuram construir de forma apoiada desde trás e encontrar o tridente do meio-campo - Miyagawa, Joramo e Wangerheim - por dentro, sendo essas jogadoras as responsáveis por manter a orquestra a funcionar.

O papel delas é fundamental, até para atrair as adversárias para zonas interiores e depois procurar vantagens nos corredores, com as laterais constantemente na largura máxima e em sucessivos overlaps em relação às extremas. A relação entre as três, no corredor central, é fundamental para que as suecas consigam progredir através de combinações curtas, com movimentos de aproximação da médio mais ofensiva para procurar criar superioridade numérica naquela zona do terreno.

Pode ainda registar-se um apontamento em relação ao ritmo de jogo imposto pelo Hammarby: é uma equipa paciente com a bola, que não imprime um ritmo muito alto na circulação numa fase inicial, mas que procura depois acelerar o jogo através das combinações curtas na zona central como meio para atingir os flancos, onde geram boa parte dos desequilíbrios para definir as jogadas.

Defensivamente, a formação nórdica coloca o bloco muitas vezes numa zona média e não aplica uma pressão muito forte na saída de bola adversária. Geralmente, o Hammarby opta por deixar jogar as defesas centrais contrárias e o gatilho para ativar a pressão surge quando o adversário coloca o esférico nos corredores.

Uma vantagem que a equipa portuguesa poderá tentar explorar prende-se com as defesas centrais do Hammarby: não são muito rápidas e aparentam ter algumas dificuldades para executar sob pressão.

De uma forma resumida, o Hammarby é uma equipa que privilegia o futebol de posse e procura dominar o jogo. Na Suécia espera-se um bom jogo de futebol entre duas equipas que gostam de futebol ofensivo e espetacular.