No Estádio do Bessa, o Moreirense levou a melhor diante do Boavista (0-2), num embate a contar para a nona jornada do campeonato nacional. Dois tiros certeiros foram suficientes para acabar com qualquer aspiração do emblema portuense.

Cristiano Bacci optou por duas variações táticas entre o paradigma defensivo e ofensivo. Sem bola, os axadrezados formaram uma linha de cinco elementos, com Salvador Agra e Bruno Onyemaechi a atuarem junto dos três centrais. No entanto, quando a respetiva equipa tinha a posse do esférico, os alas subiam, notoriamente, no terreno. Miguel Reisinho e Róbert Bozeník procuraram espaços entrelinhas, enquanto Joel Silva era o elemento mais dinâmico da frente de ataque.

Do lado dos visitantes, César Peixoto montou o seu conjunto no habitual 4-2-3-1, mas reservou um condimento surpresa. Benny, jogador que tem estado com o pé quente nos últimos duelos, foi chamado ao onze inicial para atuar descaído pela esquerda, apoiando, juntamente com Alanzinho e Madson, Guilherme Schettine, a referência mais adiantada. Todavia, os cónegos demonstraram algumas dificuldades na construção, numa primeira instância.

@Kapta+

Motivados pelos seus adeptos, a formação da Invicta estava confortável no encontro, através de um acrescido critério nas ligações. Os forasteiros, por sua vez, soltaram-se com o decorrer do tempo e, numa das primeiras tentativas para alvejar a a baliza à guarda de César, acabaram por abrir a contagem. Num lançamento lateral, Dinis Pinto, com alguma sorte à mistura, encontrou Schettine. O avançado brasileiro, na entrada da área, disparou em direção ao poste mais distante. Uma bela execução que só parou no fundo das redes.

O tento abalou a confiança dos panteras negras, que viram os minhotos subir ainda mais as suas linhas. A intranquilidade de César também era notória, com uma má saída do guardião a ficar muito de gerar uma nova contrariedade para o seu coletivo. Valeu Alanzinho, que de primeira, em posição vantajosa, não encontrou o caminho dourado.

Sair da cama em sobressalto

O intervalo fez bem aos pupilos de Bacci, que entraram para o relvado na segunda metade com a corda toda. Bozeník, na sequência de um livre, cabeceou de forma exímia, mas Kewin Silva, imperial, impediu os festejos do internacional eslovaco. O ponta de lança foi mesmo um dos sujeitos mais inconformados. Porém, o guarda-redes superiorizou-se nos múltiplos desafios diretos que teve com o goleador.

@Kapta+

No entanto, o ideal de levantar depois da hora prevista costuma originar um certo sobressalto. Que o diga César, que depois de uma fase mais instável em termos individuais, mostrou que possui recursos entre os postes: primeiramente, ao travar o remate traiçoeiro de Alanzinho e, depois, ao defender a recarga de Benny, numa jogada que colocou em pratos limpos a grande passividade axadrezada.

O despertador dos panteras já havia tocado há muito tempo, mas a tarefa mais importante acabou por não ser realizada no prazo estipulado. Carlos Ponck e Marcelo foram os grandes responsáveis por intensificar a procrastinação da turma que atuou de preto e branco, fruto da enorme assertividade na abordagem aos duelos.

Gabrielzinho, já ao cair do pano, desferiu a machadada final, ultrapassando, com classe, os opositores diretos, antes de visar a baliza num ângulo bastante apertado. Com este resultado, o Moreirense passa a somar 14 pontos, no sétimo posto da Liga Portugal Betclic. Já o Boavista permanece com um ponto acima da linha de água, podendo cair esta jornada para a zona pintada a vermelho.