Na época 1996/1997 chegava a Guimarães um médio sueco, de seu nome Fredrik Soderstrom, que trazia na bagagem o sonho de jogar pela primeira vez fora do seu país e logo numa realidade competitiva superior à que estava habituado.

Depois de uma primeira temporada menos efusiva, eis que depois o esquerdino se impôs em definitivo no Vitória e construiu uma história longa e com capítulos muito meritórios. Foram 137 jogos e 12 golos de rei ao peito e a certeza de que ficará para sempre na memória dos adeptos dos vimaranenses. Tal como o contrário também acontece. Na antecâmara da deslocação dos conquistadores à Suécia, para o embate europeu com o Djurgarden, Fredrik Soderstrom abriu o coração a A BOLA.

«Vou estar a torcer pelo Vitória, claro. Será sempre assim. Tenho o Vitória no coração e serei vitoriano até morrer. Recordo sempre o clube com muito carinho. É um clube enorme, com uma dimensão incrível e que tem um estádio fantástico. Além disso, e não menos importante, os adeptos do Vitória são absolutamente extraordinários. Sobre o jogo de quinta-feira, e além da questão emocional, penso mesmo que o Vitória tem todas as condições para vencer. Não vai ser fácil, como é lógico, mas é muito possível», assume.

Mas Fredrik Soderstrom alerta para os perigos que a formação de Rui Borges vai enfrentar.

«É um relvado sintético e não é, claro, a mesma coisa do que jogar num relvado natural. Mas o Vitória é uma equipa superior e se jogar o futebol que geralmente joga tem tudo para ganhar», conclui o esquerdino, ele que terminou a carreira ao serviço do Hammarby, precisamente o clube rival do Djurgarden, adversário dos vimaranenses na 2.ª jornada da Liga Conferência.

Vitória campeão e pedido ao presidente

Já há muito retirado dos relvados, Fredrik Soderstrom, atualmente com 51 anos de idade, é agora empresário de jogadores. Continua, como já se percebeu, a acompanhar a vida do Vitória – voltou a vestir a camisola dos conquistadores no último verão, na Nazaré, por ocasião da Liga Portugal Legends -, mas também não esquece os outros emblemas que representou no futebol nacional, nomeadamente FC Porto, SC Braga e Estrela da Amadora.

A todos eles deixa palavras de carinho e de saudade, mas, apesar desse respeito, a relação com a formação vimaranense é como se fosse umbilical. E, por isso, o desejo de um futuro ainda mais próspero está bem presente.

«O Vitória pode ser campeão nacional, claro que sim. Mas sabemos que isso estará, em grande parte, dependente da questão financeira. Se houver investimento, é bastante possível. Porque, de resto, o Vitória já tem tudo. É um clube incrível, de uma cidade maravilhosa, tem infraestruturas de excelência e adeptos do melhor que há», analisa.

Olhando à atualidade e à vertente desportiva, eis a visão de um adepto muito presente: «Acompanho tudo do Vitória diariamente, nos jornais portugueses. Sempre que posso vejo os jogos e devo dizer que estão a fazer uma época muito boa. É uma equipa organizada e que joga bom futebol, o que diz bem da qualidade do seu treinador. Jogadores em destaque? Talvez o Tiago Silva, o Tomás Handel e o Kaio César. Ah! E também gosto muito do Bruno Varela

A terminar, um pedido [com gargalhadas à mistura] ao presidente do Vitória: «Podia convidar-me para ir assistir ao jogo com o Djurgarden no camarote.»