Wanderley Ribeiro, que falava na conferência sobre "Financiamento de Cadeias Produtivas Agrícolas e Segurança Alimentar", organizada pela Associação de Bancos (Abanc), explicou que apenas 50% do arroz produzido, ou seja, 20 mil toneladas, são disponibilizadas ao mercado.
"Nós importamos arroz descascado e produzimos 40 mil toneladas do arroz em casca. [Mas] a cada 100 quilos só o equivalente a 50% é que é arroz que se consegue consumir, o resto é casca, farelo e outros produtos", clarificou.
"Verdadeiramente só temos 20 mil [toneladas] para consumir", sublinhou Wanderley Ribeiro, realçando que Angola necessitaria de produzir 1,2 milhões de toneladas de arroz para substituir a importação deste produto.
"Quando fazemos a comparação de 40 mil toneladas com 1,2 milhões de toneladas percebemos o quão distante estamos daquilo que é efetivamente a nossa capacidade de abastecer o nosso país", expressou.
O responsável frisou que o arroz faz parte da cesta básica dos angolanos, assim como dos congoleses, cujo consumo se situa igualmente na ordem das 700 mil toneladas, sendo que 350 mil toneladas são produzidas localmente.
"Nós temos a mesma configuração de consumo, mas estamos muito distantes", disse Wanderley Ribeiro, sócio fundador da Bonsae - empresa produtora de cereais na província de Malanje, especializada em arroz.
De acordo com o presidente da AAPA, o município do Luquembo, "está a constituir-se como capital do arroz a nível nacional", com pelo menos 300 mil hectares de reserva para produção deste produto.
"Só precisaríamos em Angola para nos tornarmos autossuficientes de 300 mil hectares (...), porque 300 mil hectares vezes quatro toneladas por hectare, vai-nos dar a produção de 1,2 milhões de toneladas que precisamos", observou.
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