
O Banco de Portugal divulgou nesta quinta-feira os dados relativos ao sistema bancário português em 2024. O lucro da banca continua a crescer, com um aumento de 13% para 6,32 mil milhões de euros, o que compara de forma positiva com os 5,6 mil milhões de 2023, apesar da inversão de sentido nas taxas diretoras do Banco Central Europeu, que começa a restringir a margem financeira. Os bancos portugueses seguem numa rota de melhoria dos seus indicadores nos últimos anos, após as dificuldades do período pandémico.
A rendibilidade dos bancos continua a aumentar. Em 2024, a rendibilidade do ativo dos bancos atingiu 1,38%, mais 0,1 pontos percentuais (pp) do que em 2023. Em 2021, este indicador fixou-se em 0,46% e, no ano de início da pandemia, em 2020, este indicador ficou-se pelos 0,05%. Já a rendibilidade do capital próprio alcançou os 15,2%, um crescimento de 0,4 pp em termos homólogos e de quase 10 pp em relação a 2021. Mais uma vez, em 2020, este indicador mostrou um resultado também destacadamente baixo, fixando-se em 0,5%.
A solvabilidade da banca, por sua vez, também está a crescer e alcançou, em 2024, os 18% no rácio de CET1. Este indicador sobe agora 0,9 pp em relação ao período homólogo, sendo que estava nos 15,3% em 2020. O rácio de fundos próprios totais atingiu 20,5%, mais 1,8 pp. Já o rácio de alavancagem da banca mostra-se estável nos últimos anos, com 2024 a fixar-se em 7,7%, valor igual a 2020 e pouco distante dos restantes anos, tendo 2023 encerrado com um rácio de 7,3%.
Olhando para a eficiência dos bancos, é possível observar que a banca registou um rácio de eficiência de 39,7% no último ano, o que implica um agravamento de 2,7 pp em relação a 2023. Este valor já apresentava uma deterioração em setembro passado, ainda que menor. No entanto, traduz-se numa melhoria superior a 10 pp face a 2022 e ainda mais se se tiver em conta os anos anteriores. Comparado com 2020, este indicador já caiu quase 18,1 pp.
No que toca à liquidez dos bancos, o rácio de ‘loan to deposits’ tem vindo a diminuir, com 2024 a fixar-se em 75%, menos três pp do que no ano anterior e uma diferença de quase 10 pp em relação a 2020. Por sua vez, o rácio de cobertura por liquidez atingiu 271,9%, uma subida face aos 249,8% registados no ano passado.
Também a qualidade dos ativos da banca tem vindo a melhorar, com o NPL a cair de forma consistente, estando este rácio atualmente em 2,4%, menos de metade dos 4,9% apresentados em 2020. Em comparação com o ano passado, este indicador teve uma quebra de 0,3 pp. Já o custo do risco de crédito teve uma redução para menos de um terço entre 2023 e 2024, fixando-se em 0,12%, após este indicador ter subido para 0,45% entre 2022 e 2023.
O Jornal PT50 fez recentemente análises aos cinco maiores bancos nacionais, que seguem os indicadores demonstrados para o país, com lucros recorde, eficiências acima da média europeia e solvabilidade em alta.