Pelas 00:30 em Lisboa, o preço do barril de Brent do Mar do Norte, para entrega em dezembro, estava a cair 4,05% para 72,97 dólares (67,6 euros).

O equivalente norte-americano, o barril de West Texas Intermediate, para entrega no mesmo mês, caiu 4,19% para 68,77 dólares (63,7 euros).

A queda surgiu depois de Israel ter lançado no sábado "ataques de precisão" contra alvos militares no Irão "em resposta a meses de ataques contínuos" da República Islâmica, poupando locais essenciais para a produção de petróleo no país.

O receio de um ataque contra a indústria petrolífera do Irão fez aumentar os preços do crude nos mercados mundiais, fechando a semana passada em 76,05 dólares (70,5 euros) por barril.

"O ataque de Israel, que evitou cuidadosamente os alvos energéticos, aliviou os receios de um conflito em grande escala com o Irão, e a resposta do Irão foi reveladora, minimizando o impacto do ataque (...) o suficiente para esvaziar o prémio de risco geopolítico que recentemente apoiou os preços do petróleo", explicou Stephen Innes, analista da consultora SPI Asset Management.

No domingo, o líder supremo do Irão, 'ayatollah' Ali Khamenei, afirmou que os ataques de Israel contra instalações militares iranianas no sábado, algo que descreveu como "um erro de cálculo", não devem ser "exagerados nem minimizados".

Stephen Innes acrescentou que o preço do crude pode cair ainda mais, num mercado impulsionado há semanas pelo agravamento das tensões geopolíticas no Médio Oriente.

"Se as tensões continuarem a diminuir ou as conversações de paz ganharem inesperadamente força [no Médio Oriente], poderemos ver o petróleo cair para 60 dólares por barril, à medida que os comerciantes se voltam a concentrar no excesso de oferta até 2025, especialmente se as medidas de recuperação económica na China forem não está à altura", alertou o analista.

O mercado petrolífero tem sido afetados pelas perspetivas económicas na China, o principal país importador de crude, apesar das medidas de recuperação recentemente anunciadas por Pequim, mas consideradas insuficientes para tranquilizar os investidores.

As abundantes reservas nos Estados Unidos e a política dos países da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), alguns dos quais se preparam para reverter reduções voluntárias na produção para aumentar a oferta, também têm contribuído para baixar os preços.

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