
De acordo com um novo estudo publicado no JACC, o principal jornal do Colégio Americano de Cardiologia, complicações durante a gravidez, como diabetes gestacional e hipertensão arterial recentemente desenvolvida, atuam como um teste de stress da natureza e podem revelar o risco de doenças cardíacas numa fase posterior da vida.
O referido estudo também destacou como o controlo do peso antes da gravidez pode, não apenas melhorar a saúde materna, como também reduzir o risco futuro de doenças cardiovasculares.
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Foram acompanhadas 4269 grávidas em nove países, ao longo de 10 anos, de forma a responder a uma pergunta fundamental: se as complicações na gravidez contribuem para o risco cardiovascular ou se são apenas um marcador de fatores de risco subjacentes que já existiam?
"Entender a conexão entre resultados adversos da gravidez e doenças cardiovasculares é importante para o desenvolvimento de estratégias preventivas eficazes e para determinar o melhor momento de intervenção para apoiar a saúde cardíaca a longo prazo", esclareceu Jaclyn Borrowman, investigadora da Northwestern University e principal autora do estudo
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A gravidez é, frequentemente, considerada uma 'janela' para a saúde futura, pois as "complicações que ocorrem durante a gestação podem revelar riscos subjacentes para doenças crónicas", observou Borrowman.
Concluiu-se que as complicações na gravidez afetam cerca de 20% de todas as gestações nos Estados Unidos e são conhecidas por aumentar o risco de doenças cardiovasculares futuras de duas a quatro vezes.
Para este estudo foram analisadas medidas de pressão arterial, triglicerídeos, glicemia de jejum e hemoglobina A1c, comparando participantes com sobrepeso ou obesidade com aquelas com IMC normal.
Concluiu-se ainda que diferentes tipos de complicações afetam diferentes riscos à saúde. Especificamente, o diabetes gestacional aumentou o risco de níveis elevados de glicose e hemoglobina A1c, enquanto os distúrbios hipertensivos contribuíram para o risco de pressão alta na meia-idade.
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