Numa nota de pesar, emitida pelo gabinete do secretário de Estado da Cultura, o Governo realça que António de Almeida sempre demonstrou nos cargos que exerceu, "uma grande abertura e sensibilidade para os assuntos culturais".

"Com uma carreira dedicada à gestão e à economia e finanças, António de Almeida sempre demonstrou, nos cargos públicos e privados que exerceu, uma grande abertura e sensibilidade para os assuntos culturais tendo desenvolvido um importante trabalho em prol do investimento na cultura em Portugal", lê-se na nota divulgada pelo gabinete de Jorge Barreto Xavier.

O Governo atribuiu a António de Almeida, no passado dia 28 de julho, a Medalha de Mérito Cultural, refere a mesma nota.

Barreto Xavier realça, que enquanto presidente do conselho de administração da Fundação EDP, António de Almeida "deixa um importante legado à cultura portuguesa, seja pelo impulso que deu à concretização do projeto do Centro de Arte e Tecnologia da Fundação EDP, seja pelo papel relevante que exerceu ao nível da dinamização da produção artística e cultural em Portugal, nomeadamente da Companhia Nacional de Bailado, da qual a Fundação EDP é mecenas".

António de Almeida licenciou-se em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, em 1961, tendo iniciado a carreira em Moçambique, na época província ultramarina portuguesa.

Almeida foi técnico dos serviços de Planeamento de Moçambique (1963 a 1965), diretor financeiro e secretário-geral da Maragra -- Marracuene Agrícola Açucareira (1966 a 1971), e administrador e vice-presidente do Instituto de Crédito de Moçambique (1971 a 1974).

António de Almeida foi administrador não-executivo da Texlom - Texteis de Moçambique, do Commercial Bank of Malawi e dos CFM- Caminhos-de-Ferro de Moçambique.

Em 1974 regressou a Portugal, onde foi governador e presidente do Banco de Angola (1974 a 1978) e administrador não-executivo do The Bank of Lisbon and South Africa (1974 a 1988).

Em 1978 fez parte do Governo, como secretário de Estado do Tesouro, cargo que ocupou até 1980 e, novamente, de 1983 a 1985.

Presidiu à UBP-União de Bancos Portugueses, foi consultor do Banco de Portugal e da Associação Industrial Portuense, presidiu ao conselho de administração da EDP (1996 a 1998), e foi administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (1998 a 2004).

"António de Almeida dedicou boa parte da sua vida à EDP: foi presidente executivo da empresa, do conselho geral e de supervisão e, finalmente da Fundação EDP [desde 2012]. Em todos estes cargos deixou uma marca de exigência, frontalidade e rigor. Tinha um espírito analítico, uma inteligência sibilina e um sentido de humor único e particularmente incisivo", afirma Miguel Coutinho, administrador e diretor executivo da Fundação EDP, na mesma página da Internet.

António de Almeida foi professor convidado da Faculdade de Economia da Universidade de Lourenço Marques (atual Maputo) e da Universidade Autónoma de Lisboa e presidiu ao Conselho de Escola do Instituto Superior de Economia e Gestão.

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