Os dados do INE relativos ao imobiliário em 2024 revelam que em Portugal, no 2.º trimestre, o preço médio de venda foi de 1.736€/m2, verificando-se um crescimento de cerca de 6,6% em relação a igual período de 2023. Este crescimento mais modesto do que os verificados no ano passado revelam um mercado maduro, sustentado e com boas perspetivas para o futuro.
Ao nível dos dois grandes centros urbanos, Lisboa continua a liderar com um preço médio por m2 de 4.367€,contra os 3.031€ verificados no Porto, existindo assim ainda um gap de 45% no valor por m2 entre as duas maiores metrópoles portuguesas; diferença que se explica pelo facto de, em termos de investimento imobiliário, o grande boom ser sempre iniciado pela capital, indo-se expandindo depois a outras grandes cidades.
Ainda em relação a estas duas metrópoles, as freguesias com preços mais elevados por m2 são, respetivamente, Santo António, nos 6.315€/m2, e a União de freguesias de Aldoar Foz do Douro e Nevogilde, com 3.979€/m2.
Interessante também é que das dez cidades mais caras em Portugal, cinco localizam-se na região do Algarve. O top 3 deste ranking é ocupado por Lisboa, Cascais e Lagos. Seguem-se Oeiras, Loulé, Vila do Bispo, Porto, Albufeira, Tavira e Odivelas. Neste ranking encontramos, entre o primeiro e o último lugares, um escopo que vai dos 4.367€ verificados em Lisboa aos 2.761€ registados em Odivelas.
Como mercado maduro e aberto ao exterior, interessante é também analisar a tipologia de compra dos clientes nacionais e internacionais, sendo que em termos gerais os clientes estrangeiros compram casas de valor médio a rondar os 2.248€/m2, 40% acima dos 1.616€/m2 dos clientes nacionais. Contudo, observando as zonas da Grande Lisboa e área metropolitana do Porto, os valores de compra dos estrangeiros superam mesmo os nacionais em 80,4% e 53,4%, respetivamente, demonstrando também que os estrangeiros, nas regiões onde adquirem os imóveis, se posicionam nos segmentos médios e médios altos do mercado, não competindo assim na compra de casas com a generalidade da população nacional.
Conjugando estes dados com os recentes ajustes em baixa da taxa de juro implícita no crédito habitação para níveis de 4,362% e com tendência clara para descida a breve prazo desta taxa, temos novamente um ambiente claramente positivo para quem pretende investir no imobiliário em Portugal, mantendo-se assim o nosso país como um destino privilegiado na Europa para investimento imobiliário.
Empresário e Gestor, licenciado Católica Business School com pós-graduação na Porto Business School