É inegável que as redes sociais se tornaram uma parte indispensável das nossas vidas. Seja para falar com amigos, estar a par da atualidade ou partilhar momentos especiais, plataformas como o Facebook, Instagram, Tik Tok ou X são omnipresentes. No entanto, à medida que as plataformas crescem e se vão desenvolvendo tecnicamente, também aumentam os riscos associados ao uso massivo das redes sociais. A privacidade e a segurança dos nossos dados pessoais estão cada vez mais em jogo e é crucial estarmos conscientes desses perigos e que saibamos como nos proteger.

Este tema da segurança e da privacidade não é novo, mas parece nunca ter tido a atenção devida por parte dos utilizadores. Já vivemos algumas experiências que mostraram bem a fragilidade dos nossos dados pessoais nas redes sociais, como o escândalo da Cambridge Analytica, onde milhões de perfis do Facebook foram acedidos e explorados para manipulação política. Mas este incidente não é um caso isolado. De acordo com um relatório de cibersegurança, levado a cabo pela Norton, em 2023, cerca de 70% dos utilizadores de redes sociais relataram já ter tomado algumas medidas para salvaguardar a privacidade das suas informações online. Estamos a falar de violações de protocolos de segurança que podem ter consequências devastadoras, afetando a segurança financeira, emocional e até física das vítimas.

A pergunta que se coloca é: como nos podemos proteger melhor dentro do ecossistema digital? Devemos começar pelo básico. É essencial que sejam revistas e ajustadas regularmente as configurações de privacidade em cada plataforma/rede social, que usamos. Muitas vezes, as configurações padrão são configuradas para maximizar a visibilidade e a partilha das nossas informações, e não para proteger a nossa privacidade. Tirar alguns minutos para personalizar essas configurações pode mesmo fazer uma grande diferença.

Outro dos pontos mais relevantes neste processo de garantir que estamos seguros deverá passar por estarmos atentos à importância de criar senhas fortes e únicas para as nossas contas. Neste aspeto, a autenticação de dois fatores é outra camada de segurança que não deve ser ignorada. Trata-se de uma medida simples que pode prevenir o acesso não autorizado, mesmo que alguém consiga descobrir a senha. Muitas plataformas agora oferecem esta opção, pelo que ativá-la é uma das formas mais eficazes de nos protegermos contra qualquer tentativa de atividade suspeita nas nossas contas.

Devemos também ser cautelosos com as informações que partilhamos online. Pergunte a si mesmo: esta informação é realmente necessária? Pode ser usada contra mim? Lembre-se de que, uma vez na Internet, para sempre na Internet. O conceito de ‘superexposição’ (oversharing) é real e pode levar a sérios problemas de privacidade e segurança.

Outra prática importante é rever periodicamente todas as aplicações e serviços que estão, de alguma forma, ligados às nossas contas das redes sociais. Muitas vezes, ao permitirmos que aplicações de terceiros acedam aos perfis, estamos inadvertidamente a fornecer mais informações do que aquelas que são do nosso conhecimento. Verifique as permissões dessas aplicações e revogue o acesso a todas as que não são necessárias ou confiáveis.

As plataformas das redes sociais também têm um papel vital na proteção desta privacidade dos utilizadores. É importante exigir transparência e responsabilizar essas empresas, que devem ser claras sobre como os nossos dados são usados e cumprir rigorosamente as regulamentações de proteção de dados existentes.

No entanto, a responsabilidade não é apenas das plataformas: é de todos nós. Educação e consciencialização são fundamentais. Precisamos estar constantemente informados sobre as melhores práticas de segurança e privacidade, e devemos partilhar esse conhecimento com as nossas redes de contactos e/ou comunidades de seguidores. A internet pode ser um lugar perigoso, mas, com as precauções certas, podemos navegar de forma mais segura.

Em conclusão, a consciencialização sobre privacidade e segurança nas redes sociais não é apenas uma necessidade, é uma responsabilidade coletiva. Todos nós, como utilizadores destas plataformas, temos um papel a desempenhar na proteção dos nossos dados. Rever configurações de privacidade, usar autenticação de dois fatores, ser seletivo sobre o que partilhamos e exigir transparência das plataformas são passos essenciais para garantir a nossa segurança online.

Vamos aproveitar o Dia Mundial das Redes Sociais como um lembrete para sermos mais vigilantes e proativos na proteção da nossa privacidade. Afinal, a segurança começa com a consciencialização.

Digital Manager na Guess What