Nos dias de hoje, são cada vez mais os jovens que procuram conciliar a vida académica com um trabalho que lhes traga não apenas um rendimento extra, mas que enriqueça também o seu currículo, numa fase da vida em que a flexibilidade é essencial para encontrar o equilíbrio entre as exigências académicas e a vida pessoal.

Neste contexto, muitos estudantes optam por trabalhar nos setores da restauração, serviços ou outras áreas administrativas e isso não será por acaso, uma vez que estes trabalhos se caracterizam pelos seus horários flexíveis, perfeitos para conciliar com a vida universitária. Paralelamente, são oportunidades muito valiosas para adquirir competências importantes como gestão de tempo, comunicação, soft skills ou capacidade de trabalho em equipa, essenciais para qualquer emprego.

Com os mesmos objetivos em mente, são também muitos os jovens que procuram os estágios de verão para ganhar maior conforto financeiro e consolidar aquilo que têm vindo a estudar. Sendo importante garantir que acontecem em condições dignas, justas e recompensadoras, os estágios permitem aplicar o que se aprende, ajudando a desenvolver competências específicas, a estabelecer contactos e, possivelmente, a abrir portas para futuras oportunidades.

Com a pandemia, a realidade dos jovens que procuram oportunidades de emprego enquanto estudam, seja por motivos socioeconómicos seja pelo simples desejo de começar mais cedo a adquirir experiência, tornou-se ainda mais acentuada. Graças à sua flexibilidade, o trabalho remoto tornou-se mais atrativo em áreas como o apoio ao cliente ou a criação de conteúdo e marketing digital, que permitem trabalhar a partir de qualquer lugar.

No entanto, tal como para todo o mercado de trabalho, para os jovens nem tudo é um “mar de rosas”. Encontrar um emprego que valorize capacidades e ofereça um salário justo ainda é um desafio, especialmente no início da carreira. É por isso frequente verificar uma certa frustração entre os que procuraram estágios ou vagas que realmente correspondam à área em que pretendem atuar e às competências que querem adquirir. Por outro lado, a exigência de experiência anterior ainda é uma barreira para quem está a dar os primeiros passos no mundo do trabalho e, embora o mercado esteja a avançar nesse sentido, é preciso que mais empresas percebam o valor da energia e da capacidade de inovação que os jovens podem trazer.

Os jovens representam uma oportunidade única para as organizações, uma vez que têm capacidade para enriquecer o ambiente de trabalho com ideias frescas e disposição para aprender, e tendem a ser curiosos, ágeis e recetivos a novidades, contagiando muitas vezes toda a equipa. Simultaneamente, ao apostar nos jovens, as empresas ganham espaço para formar talentos, alinhando-os com a sua cultura e valores desde o primeiro dia.

Importa ainda recordar que os jovens apresentam uma enorme vantagem competitiva. Por serem nativos digitais, dominam ferramentas e tecnologias essenciais no mercado atual, onde florescem oportunidades de trabalho em áreas como marketing, IT e comunicação, nas quais a capacidade de acompanhamento da inovação é crucial para o sucesso.

No fim de contas, a relação entre os estudantes e as empresas é uma troca muito benéfica. Os jovens ganham experiência, desenvolvem independência financeira e enriquecem o currículo, enquanto as empresas recebem talentos promissores e uma nova visão de futuro. É uma parceria que tem tudo para dar certo, e a flexibilidade, o propósito e a vontade de aprender são os ingredientes principais desse sucesso conjunto.

Consultora de Recrutamento e Seleção Especializado da Clan (ex-Multipessoal)