O delírio obsceno: as Forças de Defesa de Israel (IDF) foram incluídas pelo secretário-geral das Nações Unidas, numa lista mundial de responsáveis de crimes contra crianças. Cabeças desocupadas e almas antissemitas, alminhas nunca gentis e sempre prontas para louvar a deus, cegaram dos dois olhos, de ódio.

O exército israelita, que avisa que irá atacar, que pede à população que se desloque para o lado oposto da incursão militar, que salva os seus cidadãos, é, para António Guterres, o matador maior de menores. Encolhe os fracos e tendenciosos ombros às meninas palestinas obrigadas a casar aos 12 anos, 13, anos e 15 anos com matulões e garotos que aos 8 anos já empunham armas com orgulho. Cenário infelizmente real, cuja culpa é do Hamas e da ONU.

A entrada das IDF no índex foi a forma triste e miserável que o antigo primeiro-ministro português, que previu a lama nacional e preferiu deixar-nos afundar nesse esgoto, encontrou para  não ferir a suscetibilidade por ter colocado na mesma lista o Hamas e a Jihad Islâmica, um par de carniceiros já anteriormente considerados terroristas pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

Guterres habilita-se ele próprio de acabar numa lista negra por incentivar e encorajar o terrorismo. Isso, sim. Motivado pelo fogo contra Israel, tudo, tudo parece valer-lhe para equiparar um país democrático com gangues criminosos. Não faz muito tempo, reconheceu que o Hamas tinha motivos para cometer o massacre do Shabat de 7 de outubro de 2023. A matança, disse o mais alto funcionário das Organização das Nações Unidas, não surgiu do vácuo.

Um comparsa de idêntica linha, comentador da CNN, aplaude a atitude de Guterres. A primeira e última ideia que lhe saiu dos confins cerebrais, a propósito da libertação de quatro reféns israelitas das manápulas sanguinárias do Hamas, no sábado, 8 de junho, pelo IDF, o major-general Agostinho Costa entendeu esclarecer que a operação “nem foi feita por Israel, mas sim com o apoio dos EUA” e que “para libertar quatro reféns ao fim de 246 dias matam 241 civis e precisam do apoio norte-americano, está tudo dito”.

O que está tudo dito é a matemática versus análise de um militar, graças a Deus na reserva. Cegueira tamanha que a libertação de inocentes lhe merece pouco-caso. É. Para a próxima, vão solicitar os seus conselhos. Quatro israelitas salvos parecem-lhe ser dignos de tudo, menos de festa.

Depois, que é a amostra da humanidade que cada um tem, ou não tem, dentro de si, o major-general Agostinho Costa atravessa a estrada no sinal vermelho e atropela a lucidez. Basta ver, diz o militar, basta ver como é que saem os presos que Israel tem nas suas masmorras, que são 8.260, e o aspeto da rapariga que foi libertada. Bem, há remédio para tudo menos para a morte e para a indisposição de entender o óbvio. Não existe comparação entre terroristas e uma rapariga que estava a dançar numa festa. Não existe, senhor.

As cadeias israelitas dão comida e bebida a bestas e ainda lhes dão a oportunidade de estudar e tirar cursos. Masmorras são os quartos nojentos que aprisionam pessoas livres. Quando o major-general Agostinho Costa se refere ao aspeto da rapariga deve querer dizer que terá sido muitíssimo bem tratada. Juízo. Sabe nada de guerra e de crimes e da vida militar, o militar Agostinho Costa.

Jornalista e escritora