Nos últimos anos, temos assistido a transformações constantes na economia global, tais como a digitalização, impulsionada pela Inteligência Artificial, que tem impactado vários modelos de negócio; as mudanças políticas e sociais que são cada vez mais frequentes e polarizadas; as tensões geopolíticas que continuam a afetar negativamente as cadeias de abastecimento; e o próprio paradigma laboral que tem vindo a alterar-se, exigindo às empresas uma rápida adaptabilidade.

Ao navegarmos por períodos de incerteza governativa e económica, muitas empresas podem sentir-se pressionadas a recorrer a uma redução de custos instintiva para fazer face aos desafios atuais. No entanto, as poupanças no imediato, quando não são feitas de forma estratégica, podem ter consequências indesejadas a longo prazo, enfraquecendo as capacidades essenciais da organização. O sucesso sustentável de um negócio depende de encarar os custos como investimentos, analisando transversalmente toda a cadeia de valor com a finalidade de mitigar riscos, enquanto se preservam ou melhoram os processos que promovem o desempenho empresarial.

Examinar as despesas de um negócio de forma holística pode não ser uma tarefa fácil, mas é fundamental para garantir a resiliência financeira e alocar recursos em projetos com potencial de inovação. Empresas que adotam tal abordagem prosperam em mercados voláteis e estão melhor preparadas para investir em meios que lhes permitam crescer. O desafio está numa gestão eficaz desses recursos, onde a redução é feita de forma estratégica e não reativa. Assim, as empresas conseguem identificar, com maior precisão, ineficiências que podem ser superadas e operações que podem ser otimizadas, sem sacrificar as funções vitais de um negócio.

Além disso, é importante considerar que a redução de custos não deve ser um esforço isolado, mas sim uma prática regular, acompanhada de uma mentalidade de melhoria contínua que considera tanto ameaças quanto oportunidades de crescimento.

Perante a complexidade de gerir um negócio, a melhor maneira de encarar a necessidade de cortar nas despesas é, simultaneamente, identificar oportunidades para investir estrategicamente em áreas-chave que lhes permitam impulsionar e inovar o setor em que se inserem. Através da transformação digital, da simplificação das operações e de novas parcerias, as empresas podem criar poupanças que financiem iniciativas futuras e, desta forma, garantir maior resiliência e competitividade num mercado volátil e complexo.

Country manager da ERA Group