Quando aplicado em eleições do Benfica, a votação eletrónica terá de ser verificado pelos votos em urna fechada, em contagem assumida por uma Comissão Eleitoral nomeada pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), com representação obrigatória e igualitária de todas as candidaturas.

Esta é a principal nota de destaque da Assembleia Geral deste sábado, o segundo capítulo da Revisão de Estatutos do clube encarnado. A alteração em causa, proposta pelo associado Ricardo Solnado, diz respeito ao artigo 48.º, e foi aprovada com 83 por cento dos votos.

A proposta de consenso, que já tinha sido aprovada na generalidade, a 21 de setembro, já previa a possibilidade de voto eletrónico, desde que decidido por unanimidade dos representantes das listas concorrentes.

Para além deste ponto, só o artigo 30.º foi igualmente alterado, relativamente à proposta inicial. O sócio Nazir Karmali propôs que as distinções previstas nos estatutos – Águia de Ouro, Prata ou Bronze, entre outras – possam ser atribuídas a título póstumo, mas também retiradas a quem peça a exoneração ou seja expulso, sem possibilidade de as recuperar. Esta proposta foi aprovada com 75,3 por cento dos votos, sendo que era sempre necessária a ratificação de 3/4  dos votos.

Também da parte da tarde registou-se o elemento mais agitado da reunião-magna, quando foram conhecidos os resultados da votação do artigo 45.º. O associado Ricardo Solnado apresentou uma proposta para que fosse tirado o ponto 3, que permite que, caso as contas do clube sejam chumbadas, a Direção «pode reapresentar o relatório de gestão e as contas do exercício para votação, requerendo a convocação da Assembleia Geral, que funcionará das oito horas da manhã até às 22 horas desse mesmo dia, de modo a permitir aos sócios votarem, através de voto secreto exercido em boletim de voto físico depositado em urna, o relatório de gestão e as contas do exercício, sem discussão dos sócios».

Quando foi efetuada a votação – levantando o braço com o boletim que indica o número de votos -, muitos associados ficaram com a ideia de que a proposta seria aprovada, e isso gerou algum burburinho quando a MAG anunciou que tinha ficado pelos 67 por cento.

De recordar que o período da manhã foi dedicado sobretudo à discussão do artigo 25.º, mas não foi aprovada nenhuma das duas propostas para alteração do número de votos: Nuno Oliveira propunha que cada sócio correspondesse a um voto, enquanto que Ricardo Solnado sugeria a seguinte distribuição por antiguidade:

- 1 a 5 anos de filiação: passava de três votos para um voto;

- 5 a 10 anos de filiação: cinco votos em vez de dez;

- 10 a 25 anos de filiação: dez votos em vez de 20;

- mais de 25 anos de filiação: 20 votos em vez de 50.

Esta última proposta ficou à beira da aprovação, com 71 por cento dos votos.

A Assembleia Geral, que contou com cerca de 800 associados – metade do registo de setembro – durou pouco mais de 9 horas. Foram aprovados 28 artigos, a somar aos 22 do primeiro dia de revisão dos estatutos, pelo que estão ainda 47 por ratificar.