É o nome do momento: Hugo Viana. Tem em si todos os holofotes apontados face à possibilidade de rumar ao Manchester City, sete anos depois de ter iniciado a carreira como diretor desportivo.

«Era numa situação como esta que me via no futebol [após ter deixado de jogar, em outubro de 2016] e não noutra. Depois de receber  o convite do presidente [Rui Pedro Soares] refleti, juntamente com a minha família, e achei que era o momento ideal para aceitar o desafio, seguro do que teria de fazer e do iria encontrar para oferecer ao mister Domingos [Paciência] todas as condições para começar a época da melhor forma», foi assim que Viana explicou, em julho de 2017, a transição do relvado para o gabinete.

Em declarações exclusivas a A BOLA, Domingos Paciência falou da experiência que teve com Hugo Viana, que antes de se cruzarem no Belenenses já haviam trabalhado no SC Braga, em 2009/2010 e 2010/2011.

Como jogador já o conhecia e  como diretor também mostrou a sua personalidade

« Sim, já tinha sido meu jogador em Braga. Entretanto, surgiu a oportunidade dele ser diretor desportivo do Belenenses. O Rui Pedro Soares perguntou-me se havia algum inconveniente em que ele fosse meu diretor desportivo. Disse-lhe que não,  até fazia gosto, e assim aconteceu», recordou.

Hugo Viana assumiu o cargo em maio de 2017, numa altura em que o plantel estava praticamente construído, ainda assim, o treinador acredita que a passagem pelo Belenenses serviu de rampa de lançamento para Hugo Viana se ter tornado num diretor desportivo de sucesso ao serviço do Sporting, onde ingressou em setembro de 2018.

Tem capacidade no critério de escolha e seleção também pelo facto de ter sido jogador

«Sinceramente, acho que, por acaso, no Belenenses, houve situações que mostraram, de certa forma, a personalidade do Hugo Viana. Como jogador já o conhecia, mas depois também como diretor desportivo mostrou muito daquilo que é a sua personalidade. E saiu do Belenenses por divergências com o Rui Pedro Soares, muito por aquilo que era o espaço dele e que não permitia que ocupassem esse espaço ou sequer que interferissem com aquilo que eram as funções dele. Acabou por sair, e bem na minha opinião», explicou Domingos Paciência.

O treinador elogia o diretor desportivo, considerando que o trabalhado que tem desenvolvido no Sporting tem-se pautado pela eficácia: «Acho que o trabalho dele está à vista daquilo que tem acontecido no Sporting. O mérito, como é lógico, não é só do Hugo, mas também de toda uma estrutura, mas o papel dele é fundamental. Porque estar sempre atento àquilo que poderá jogar na antecipação. Ele tem essa capacidade e também tem a capacidade no critério de escolha, de seleção dos jogadores pelo facto de  ele próprio ter sido jogador, isso tem muita importância.»

Quem anda no futebol quer pessoas competentes que possam aportar qualidade»

«Ele é uma pessoa que tem muito à  vontade para tratar das coisas e tem capacidade que lhe permite ter comunicação com muita gente, isso é importante. É evidente que é sempre um trabalho muito por trás daquilo que é a visibilidade, do rendimento da equipa, mas é um trabalho que tem de  ser feito e o trabalho dele tem chamado a atenção e  é natural quem anda no futebol queira ter pessoas competentes e que possam aportar muito em termos de qualidade às equipas», realçou.