
De acordo com um relatório do Ministério da Economia e Finanças sobre a execução orçamental do primeiro semestre, a que a Lusa teve hoje acesso, os dados disponíveis da produção, concentrada em três empresas, mostram que "não se vai atingir o planificado para o ano de 2023, prevendo-se um decréscimo na ordem dos 38,83%".
Este recuo é explicado no documento com "a existência de cerca de duas toneladas (11.275.435 quilates) de 'stock'" de rubis por parte da empresa Montepuez Ruby Mining, que é a maior produtora, e pelo facto de as jazidas das áreas concessionadas aos grupos Fura Gems e Gem Rock "não serem de alto potencial mineiro e também não possantes".
"Para 2024 prevê-se um crescimento de 3% em relação ao projetado até finais de 2023", acrescenta o relatório, numa previsão que a confirmar-se representará uma produção superior a três milhões de quilates no próximo ano.
Só o projeto em Montepuez, na província de Cabo Delgado, consiste em quatro licenças que cobrem 19.300 hectares junto ao maior depósito de rubis do mundo, descoberto pela multinacional Gemfields, em 2012.
Os rubis estão entre as pedras preciosas mais raras e valiosas do mundo, com Moçambique a assumir-se nos últimos anos como um dos maiores produtores.
Um rubi de 55,22 quilates descoberto em 2022 -- com 101 quilates na sua forma original - pela Fura Gems numa das minas em Moçambique tornou-se este ano na maior e mais valiosa joia deste tipo já vendida em leilão, depois de trabalhada, arrecadando 34,8 milhões de dólares em Nova Iorque.
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