Numa época em que o mundo se debate com um avanço vertiginoso na área das tecnologias e em que se discute a intervenção cada vez mais acelerada da Inteligência Artificial no nosso quotidiano — com o debate natural em torno dos receios e desafios que tal possa provocar até na Cultura —, torna-se relevante demonstrar que à inovação contemporânea deveremos salvaguardar e até preservar a tradição do nosso legado cultural.

Lisboa tem sido palco da realização de projetos e iniciativas cujo pendor tecnológico tem permitido uma promoção internacional ímpar da cidade, tais como a Web Summit, ou mais recentemente o compromisso decisivo do presidente Carlos Moedas de estimular a criação, desenvolvimento e instalação dos unicórnios.

Mas simultaneamente não esquece as raízes que nas mais diversificadas vertentes têm sido pilares da sua História, mediante a apresentação de momentos tão singulares como as suas Marchas Populares, o Festival Internacional da Máscara Ibérica ou num futuro próximo o Desfile das Bandas Filarmónicas que, no dia de celebração da restauração (1 de dezembro), transformará a Avenida da Liberdade num mosaico de Portugal com a presença de mais de um milhar de músicos.

Esta relevância das Bandas Filarmónicas não se esgota, contudo, neste tipo de apresentação pública. Elas assumem e têm assumido uma função transformadora que, para além da edução artística e musical, dinamizam atividades de cariz comunitário e agregam pessoas em torno de uma cultura erudita e popular, permitindo ao mesmo tempo a difusão de valores culturais e sociais nas diversas comunidades onde estão implantadas.

Lisboa conserva ainda alguns importantes exemplos deste setor da economia social que importa valorizar e promover, fruto do seu papel decisivo na formação musical e social de jovens, contribuindo assim para o enriquecimento da sua herança cultural.

Lisboa Cresce, Lisboa Agradece

Presidente da Lisboa Cultura