O mundo moderno caracteriza-se por avanços tecnológicos e transformações sociais sem precedentes, impondo desafios a todas as sociedades e áreas do conhecimento. Neste contexto, a formação contínua destaca-se como essencial, constituindo-se como, não apenas uma opção mas uma obrigação. No campo da medicina dentária, esta realidade não é diferente.

A emergência de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA) e os avanços nos materiais implantáveis, exige dos profissionais de saúde oral uma formação contínua e uma adaptação constantes. No entanto, numa área tão intrinsecamente dependente da prática e da experiência humanas, a tutoria personalizada por colegas clínicos mais experientes ganha um papel crucial, complementando a formação, eminentemente teórica universitária ou de reuniões científicas, proporcionando um desenvolvimento profissional mais completo.

A inteligência artificial tem vindo paulatinamente a transformar a prática clínica de diversas formas, desde a automatização do diagnóstico por imagem até à personalização dos planos de tratamento. Contudo, estas ferramentas não substituem a experiência, o julgamento clínico e, sobretudo, o contacto humano do profissional, sendo imprescindível que os médicos dentistas se mantenham atualizados sobre as potencialidades e limitações da IA. Aqui, a orientação de profissionais mais experientes desempenha um papel crucial, permitindo que os mais jovens adquiram uma visão crítica e prática sobre o uso destas tecnologias no contexto clínico real. Outro avanço significativo é a introdução de implantes cerâmicos, uma alternativa biocompatível aos tradicionais implantes de titânio. A procura por materiais implantáveis que não tenham consequências futuras na saúde é um desafio crescente.

O impacto a longo prazo dos implantes no organismo humano é motivo de estudo e discussão, exigindo dos profissionais uma postura crítica e informada na escolha dos materiais mais seguros para cada paciente. Estes materiais oferecem vantagens como uma melhor integração com os tecidos moles (gengiva) e menor propensão a reações alérgicas. Contudo, exigem uma compreensão aprofundada dos seus benefícios e limitações, reforçando a necessidade de formação contínua. Além do estudo teórico e dos avanços científicos, a aprendizagem prática junto de profissionais experientes permite um aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas e uma melhor adaptação às particularidades de cada paciente.

Investigações recentes têm apontado para soluções inovadoras, como biomateriais regenerativos e impressão 3D de estruturas personalizadas, tornando imperativo que os dentistas acompanhem estas tendências através de formação contínua. Mais uma vez, o acompanhamento e a mentoria por parte de clínicos experientes são essenciais para que os novos profissionais possam interpretar e aplicar corretamente estas inovações, garantindo a segurança e o sucesso dos tratamentos.

Em suma, a evolução constante da medicina dentária impõe desafios que só podem ser superados com uma aprendizagem permanente. A inteligência artificial, os avanços nos materiais implantáveis e a preocupação com a biocompatibilidade exigem dos profissionais um compromisso com a atualização e a formação contínua. No entanto, essa formação não pode limitar-se à teoria; a tutoria e a partilha de conhecimento entre gerações de dentistas são indispensáveis para assegurar a excelência clínica e a adaptação eficaz às novas tecnologias preparando os profissionais de medicina dentária para enfrentar os crescentes desafios tecnológicos, éticos e clínicos do século XXI.

Investir no conhecimento é investir na saúde e na confiança dos pacientes, consolidando uma prática que combina ciência e humanidade.

Médico dentista com prática clínica com variadas especialidades na cidade de Leiria , utilizando implantes cerâmicos