Continuemos o enxovalho público gratuito dos representantes políticos e em breve só estará disposto a governar quem não tem melhor perspetiva do que ser mal pago e despido no pelourinho.
No país que acredita que dois em cada três políticos são corruptos, clama-se por alguém com currículo partidário. E reduz-se o mérito de uma carreira que mereceu 19 medalhas à tarefa de seis meses na covid.
Deve ser bem competente, Luís Montenegro, para conseguir em oito meses inverter uma década de governos PS e gerar os seus próprios colapsos, como querem fazer-nos crer que acontece.
Enquanto Kamala não chega aos ouvidos de muitos, Trump fala ao coração da América. Será a nova Administração má para a Europa? Provavelmente, desde logo pelo protecionismo esperado. Mas Trump foi eleito pelos americanos, para servir os americanos, não para descansar as exaltações europeias.
É preciso saber o que aconteceu na Cova da Moura. Mas não há mágoa que motive o que temos visto nas últimas noites — a menos que se defenda a lei de olho por olho. E atacar a polícia é inominável.
Não será estranho que o Orçamento da AD que Pedro Nuno disse "impossível de aprovar" e Ventura considerou de "chumbo irrevogável" chegue a novembro viabilizado por todos menos IL, os 13 da extrema-esquerda e Inês Sousa Real.
Montenegro fez a sua parte e moldou a proposta da AD às linhas vermelhas do PS, criando um Orçamento Frankenstein que tem tudo para não deixar ninguém feliz. Mas garantiu que o PS também não terá grande argumento para recusar. Que desculpa usará agora Pedro Nuno para não passar o "OE quase impossíve
O Luís é dono da bola, mas não tem amigos suficientes. O Pedro amua porque não é o primeiro a ser escolhido nem o deixam decidir por todos. O André distribui canelada mas não percebe porque ninguém quer brincar com ele. E o professor já avisou: daqui a pouco ficam todos de castigo.
Com o fantasma das gestões passadas a pairar, ficará a TAP pendurada nos contribuintes-patrocinadores? Dificilmente. Mas quem a levar, pode conseguir um preço de amigo.
Quem, em lugar de engolir as papas de serrabulho que lhe são servidas, se dá ao trabalho de olhar para como as notícias são recebidas onde importa, quase sempre se surpreende.
Os anos negros de urgências fechadas, demissões em bloco, greves, médicos recrutados em Cuba e pretensões de vincular uma classe a 350 horas extra foram apagados da memória socialista.
A reação envergonhada perante a governação da geringonça e a subsequente maioria socialista fez-se protesto, parecendo não restar memória do legado de quase nove anos de Costa e companhia.
São lembrados com saudade os tempos em que se podia fazer passeios a ver as almas penadas que se arrastavam pela Baixa ou os casebres devolutos ao longo da Ribeira.
As CPI transformaram-se num ato teatral sem substância. Os políticos que acusam os procuradores de estarem a fazer política dedicam-se agora a fazer "justiça" — em praça pública e sem princípio de presunção de inocência.
Podiam fazer uma vaquinha, dois milhões a cada. Mas como sempre, a fatura da indemnização que obviamente terá de ser paga a Christine pelo seu muito público despedimento político, cuja única razão, como se vê, foi salvar a pele ao governo, vai sobrar para nós. O socialismo continua a sair-nos caro.
Numa noite em que dois terços dos portugueses não passaram pelas urnas, o PS teve mais votos mas perdeu um representante e não conseguiu sequer um ponto percentual mais do que a AD. O Chega pagou o preço da irresponsabilidade e a extrema-esquerda ficou presa por arames. Vencedores, só os liberais.